A inadimplência escolar é um problema que, se não for tratado com atenção, pode trazer riscos para a saúde financeira das escolas particulares.
Agravado pela crise provocada pela pandemia, o atraso nas mensalidades pode comprometer o planejamento anual e dar prejuízos ao caixa da instituição, obrigando a gestão escolar a adotar medidas de emergência.
Para que a inadimplência não saia do controle, é importante usar estratégias para garantir que as famílias consigam honrar com seus compromissos financeiros sem prejudicar o estudo dos alunos, evitando outro problema grave, a evasão escolar.
Neste artigo, vamos entender o que causa a inadimplência e pensar em dicas que podem reduzir o atraso no pagamento de mensalidades.
O que é inadimplência escolar e quais são as causas?
A inadimplência ocorre quando uma pessoa não honra com suas obrigações financeiras, excedendo a data limite da cobrança. No contexto escolar, a inadimplência acontece quando os pais ou responsáveis não pagam as mensalidades, acumulando dívidas e juros.
Uma pesquisa divulgada pelo site Melhor Escola em 2020 mostrou que a inadimplência escolar da rede privada é de 20%, um número bem expressivo e que mostra o alcance do problema.
E o que causa a inadimplência escolar? Existem muitos fatores para explicar o atraso no pagamento de mensalidades e o número de famílias endividadas, como, por exemplo:
- Falta de controle financeiro familiar;
- Desemprego dos pais dos alunos;
- Falecimentos ou problemas familiares;
- Falhas na comunicação da gestão escolar.
Além dessas causas, crises econômicas e sociais podem abalar a saúde financeira das famílias, como foi observado em 2020 e 2021 durante o agravamento da pandemia.
Inadimplência escolar na pandemia
O impacto financeiro que a pandemia de covid-19 causou na população teve fortes reflexos nas escolas. Além da suspensão das atividades presenciais, a inadimplência aumentou, provocando, inclusive, uma migração para as redes públicas de ensino.
Uma pesquisa realizada pela Rabbit Consultoria de Gestão Escolar mostrou que as instituições perderam um terço das matrículas, o que equivale a mais de 2,7 milhões de alunos.
No mesmo período, segundo a União pelas Escolas Particulares de Pequeno e Médio Porte, as instituições privadas tiveram uma redução de 54% na receita.
Apesar de em um novo cenário, a instabilidade ainda está presente nas escolas particulares, o que demanda investimentos em estratégias para captar novos alunos.
O que diz a Lei sobre inadimplência escolar?
No Brasil, a Lei Nº 9.870, de 23 de novembro de 1990, estabelece alguns critérios para a cobrança de mensalidades nas escolas particulares e os direitos e deveres das instituições.
Segundo a lei, é dever da escola cobrar os pagadores inadimplentes e tornar essa prática recorrente. No caso de atraso, a escola pode acionar a justiça para cobrança de dívidas quando o período for maior que 90 dias.
A escola pode desligar os alunos inadimplentes, mas apenas no final do ano letivo. Mesmo que a família deixe de pagar as mensalidades no início do ano, a instituição deve esperar o final do ano e manter o estudante na escola.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, a multa por atraso nas mensalidades não pode exceder 2% do valor estabelecido no contrato de matrícula.
Além disso, por se tratar de um serviço essencial, as escolas não podem negativar o aluno ou os responsáveis em cadastros de proteção de crédito, como o Serasa.
Outro fator importante é que, em hipótese alguma, a escola tem o direito de constranger os inadimplentes ou divulgar o nome dos estudantes ou familiares em situação de inadimplência escolar.
Como diminuir a inadimplência escolar?
Algumas das causas da inadimplência escolar fogem do controle da escola, mas existem ações que a gestão escolar pode adotar com o objetivo de prevenir a sua recorrência e controlar os casos de pagamentos pendentes.
1. Crie estratégias para cobranças de mensalidade
Muitas vezes a inadimplência acontece por falta de clareza ou por pessoas não capacitadas para lidar com cobranças e atendimento ao cliente.
Por isso, definir regras e criar estratégias de cobrança pode reduzir o número de famílias inadimplentes.
Primeiramente, o papel de cobrar mensalidades atrasadas não deve ser da equipe pedagógica – muito menos dos alunos – mas de pessoas especializadas no atendimento e na resolução de conflitos.
As informações sobre prazos, condições de pagamento e descontos devem ser acessíveis para todos e os pais ou responsáveis devem tê-las em mãos logo no ato da matrícula.
Essas informações podem ser enviadas com frequência para os pais, através de canais de comunicação.
2. Diversifique a comunicação entre escola e família
Investir em ferramentas de comunicação mais eficientes traz muitos benefícios para a relação entre as famílias e a escola e ajuda a prevenir a inadimplência escolar.
Cada família costuma ter seu canal de comunicação de preferência, então é importante que a cobrança de mensalidade não aconteça em um único formato. A mesma orientação vale para a divulgação de descontos e prêmios para os adimplentes.
O marketing digital é uma boa fonte de ferramentas de comunicação com alcance personalizado.
3. Faça acordos com os inadimplentes
Em alguns casos, a falta de organização familiar ou outros motivos externos podem impactar no bolso da família, levando a inadimplência escolar.
Para evitar que a família tenha ainda mais dívidas ou até mesmo perder o aluno, fazer acordos de pagamento de mensalidades atrasadas pode ser uma saída boa para ambos os lados.
Antes de levar o caso para a justiça, o diálogo é fundamental para entender os motivos que levaram aos atrasos no pagamento. O acordo de desconto deve ter caráter educativo e levar em conta o histórico do aluno e da família.
4. Ofereça descontos para quem paga corretamente
Uma boa forma de estimular a prática de pagamentos dentro do vencimento é oferecer descontos, pontuações ou até mesmo prêmios para quem estiver com as mensalidades em dia.
O desconto pode ser oferecido para quem pagar até determinada data antes do vencimento, e a pontuação pode trazer benefícios, como descontos na matrícula ou em outros serviços oferecidos pela escola.
5. Automatize os processos da escola
Existem diversos sistemas de gestão escolar com ferramentas para geração de boletos automáticos e 2ª via de mensalidade, entre outras funções para que os próprios pais verifiquem a situação financeira, reduzindo as chances de esquecimento.
Dessa forma, a comunicação entre escola e famílias se torna mais eficiente e reduz os riscos de falhas humanas.
Além da emissão de cobranças, existem outros processos que podem ser otimizados através da automação escolar.
Conclusão
A inadimplência escolar é um problema que acompanha as escolas particulares e tem várias causas, mas que pode ser reduzido com planos de ação, diálogo e comunicação assertiva.
Crises financeiras e problemas familiares podem levar a situação de inadimplência escolar, por isso o tratamento para essas questões deve ter caráter preventivo e educativo, a fim de evitar constrangimentos que podem refletir na vida escolar dos alunos.
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Fontes
Inadimplência média é de 20% nas escolas brasileiras, diz estudo
Inadimplência Escolar: O que diz a legislação
Escola não pode negativar nome de aluno por causa de inadimplência