A saúde mental nas escolas envolve o bem-estar físico, mental e social dos alunos. Toda a escola precisa estar envolvida nessa busca para que os alunos e funcionários sejam fiquem bem emocionalmente.

Por isso, preparamos este artigo com 7 dicas de como promover a saúde mental nas escolas! Boa leitura.

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O que é saúde emocional nas escolas?

A saúde emocional é a parte da saúde humana que não é percebida fisicamente, pois ela é interna da mente.

Nos alunos, considera-se um bom estado de saúde emocional quando o estudante:

  1. Consegue lidar com o estresse normal da vida de forma produtiva;
  2. Reconhece e administra suas emoções, pensamentos e comportamentos;
  3. Tem resiliência;
  4. Conhece suas limitações;
  5. Tem disposição para buscar ajuda quando necessário.

Qual a importância da saúde emocional na escola?

A saúde mental nas escolas é muito importante para os alunos, pais e estudantes. Por isso deve ser uma preocupação da gestão escolar.

Veja alguns motivos da sua importância em seguida.

Evita o bullying

A promoção da saúde mental na escola ajuda a evitar bullying pois permite que as crianças saibam lidar melhor com suas emoções, evitando que descontem nos outros.

Além disso, permite que os alunos saibam resolver melhor seus problemas nos diálogos e torna as crianças mais abertas para falarem quando algo errado estiver acontecendo.

Torna as crianças mais autoconscientes

Saúde mental e autoconhecimento andam juntos. Por isso, trabalhar a saúde mental nas escolas envolve fazer com que os alunos se conheçam melhor.

Entender seus sentimentos, razões e emoções fazem parte da autoanálise que a promoção da saúde mental na escola traz.

Melhora os relacionamentos

Pessoas mais estáveis mentalmente convivem melhor em sociedade.

Ou seja, alunos e educadores mais saudáveis emocionalmente geram menos conflitos, resultando em:

  • Sala de aula mais harmônica;
  • Menos panelinhas;
  • menos atrito entre professor e aluno;
  • menor necessidade de mediação de brigas entre os estudantes.

Desafios da promoção da saúde emocional nas escolas

No entanto, apesar de benéfica, muitas escolas não fazem campanha para a promoção da saúde mental.

Alguns desafios para essa promoção são:

Falta de psicólogos nas escolas

A falta de psicólogos nas escolas é um desafio significativo para a promoção da saúde emocional dos estudantes.

Um levantamento recente mostra que o número de psicólogos nas escolas brasileiras corresponde a apenas 0,05% do total de estudantes matriculados, ou seja, menos de 0,1% – são 24.434 profissionais para 47,4 milhões de alunos.

Pressão por resultados

A pressão acadêmica e a necessidade de alcançar altos padrões representam desafios significativos para os estudantes em todos os níveis educacionais. 

Assim, essa pressão constante pode levar a níveis elevados de estresse e ansiedade, afetando o desempenho acadêmico e a saúde mental dos estudantes. 

Falta de apoio familiar

Além disso, a falta de apoio familiar adequado é outro desafio relevante. 

Isso porque é da família que vem a maioria das marcas emocionais nos estudantes.

Elas são causadas por:

  • negligência;
  • favoritismo a outro filho;
  • discriminação;
  • exigências muito altas;
  • tragégias familiares e mais.

Por conta disso, é mais importante ainda que a escola seja um porto seguro emocional para as crianças, pois muitas vezes elas não têm isso em casa.

Guia das Metodologias Ativas para escolas

O Impacto da Pandemia na Saúde Mental Escolar

A pandemia de COVID-19 trouxe um cenário impensável na história moderna, comprometendo significativamente a liberdade social.

Essa restrição de movimentação e contato social resultou em uma piora das condições psíquicas nos estudantes, especialmente naqueles que já possuíam algum transtorno mental prévio.

Crianças e adolescentes de famílias com menor renda sofreram mais os efeitos da pandemia, com 59% ganhando peso, 51% dormindo mais, 48% ficando mais agitados, 46% ficando mais tristes e 35% perdendo interesse na escola.

Políticas públicas para promoção da saúde emocional nas escolas

Existem algumas políticas públicas para a promoção da saúde emocional nas escolas. Veja algumas delas em seguida:

Programa Saúde na Escola (PSE)

O Programa Saúde na Escola (PSE) foi instituído no Brasil em 2007, com o objetivo de contribuir para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde. 

Isso inclui a saúde mental nas escolas, mas não tem sido muito eficiente na promoção da saúde emocional nas instituições de ensino, já que os recursos são limitados.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as competências socioemocionais

Com base na BNCC, homologada em 2017 para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental e em 2018 para o Ensino Médio, todas as escolas do Brasil passaram a ter a necessidade de contemplar as habilidades socioemocionais em seus currículos. 

No entanto, a BNCC não traz especificações explícitas de como a educação socioemocional deve ser desenvolvida na prática, ficando a critério de cada rede de ensino ou escola definir as fontes usadas. 

Lei nº 13.935/2019

A Lei nº 13.935/2019 determina que as redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais. 

Essas equipes deverão desenvolver ações para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais. 

Estratégias de Promoção da Saúde Mental

Para mudar esse cenário, é preciso investir em estratégias de promoção da saúde emocional nas escolas. Veja algumas ideias de como fazer isso.

Ações de Integração Escola-Família

Integrar a família é muito importante para identificar problemas, para auxiliar os pais e poder intervir.

Conversas com os pais, direcionamento e palestras para os pais podem ajudar muito a família a ajdar a criança a melhorar a saúde emocional.

Alguns temas de palestras possíveis são:

  • Disciplinar com amor;
  • Como melhorar o diálogo com os filhos;
  • Comunicação não violenta;
  • Sinais de bullying;
  • Sinais de autoestima baixa;
  • Como fazer a criança se sentir amada e mais.

Formação e Capacitação de Educadores

A formação continuada também é essencial para a promoção da saúde mental na escola, isso porque os professores são peças chave na identificação de comportamentos nos alunos.

Uma vez que os professores passam um tempo significativo com os estudantes, podem observar mudanças no comportamento, humor e desempenho acadêmico que podem indicar problemas subjacentes de saúde mental.

Por isso, cursos de competências socioemocionais, percepção de sinais de abuso, violência ou bullying são cruciais para a promoção da saúde emocional.

Colaboração para Identificação de Sinais

Em geral, mudanças bruscas de comportamento são os primeiros sinais que merecem atenção. 

Um aluno extrovertido e falante que começa a se mostrar mais silencioso e resistente ao contato, por exemplo, merece um olhar mais atento do professor. 

Já com as crianças, os sinais de alerta se manifestam de outra maneira, como ações exacerbadas de raiva ou tristeza, pois nem sempre conseguem verbalizar o que estão sentindo. Os monitores também podem perceber esses comportamentos.

Colaboração com Profissionais de Saúde

A colaboração entre professores e profissionais de saúde mental, como psicólogos escolares, conselheiros ou assistentes sociais, é essencial para abordar as necessidades de saúde mental dos alunos.  

Os professores podem trabalhar com esses profissionais para desenvolver e implementar intervenções e planos de apoio adequados para os estudantes.

Um psicólogo escolar pode ajudar os alunos de várias maneiras, incluindo aconselhamento individual ou em grupo, intervenções em sala de aula e programas de prevenção, com o objetivo de melhorar o desempenho acadêmico e desenvolver habilidades sociais. 

 O psicólogo também pode promover um ambiente escolar saudável e trabalhar com professores e administradores para criar políticas e procedimentos que promovam um ambiente seguro e inclusivo.

Conclusão

A saúde mental nas escolas é um tema de extrema importância e deve ser uma preocupação constante das instituições de ensino. 

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Referências

https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/518/2020/05/Cartilha-Saude-Mental-na-Escola.pdf
https://ojs.brazilianjournals.com.br/index.php/BJHR/article/download/28286/22392
https://fundacaolemann.org.br/noticias/94-dos-estudantes-mudaram-o-comportamento-na-pandemia
https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-identifica-o-impacto-da-pandemia-em-estudantes
https://www.anpec.org.br/encontro/2023/submissao/files_I/i12-b12c73fd6940751c4a828c1480aa8fcd.pdf
https://observatorio.movimentopelabase.org.br/como-a-educacao-socioemocional-e-abordada-na-bncc/
https://www.scielo.br/j/tce/a/ZZvMRGssxPZynjdDYtw63fp/?lang=pt
https://ieps.org.br/wp-content/uploads/2023/04/10-acoes-politicas-saude-mental-nas-escolas-executivo-legislativo.pdf
https://www.scielo.br/j/pee/a/LHPHY9dpYXhrCn6PvWHdnFB/
https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/download/345/215
 https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/25163/2/O_impacto_na_sade_mental_de_estudantes_universitrios_submetidos_ao_ensino_digital_remoto_durante_o_isolamento_social.pdf
https://www.ufopa.edu.br/proges/servicos-4/servico-de-psicologia-1/atendimento-psicologico-individualizado/