Para acompanhar a evolução da educação, novas metodologias são aplicadas nas salas de aula, para motivar os estudantes. O método de aprendizagem baseada em problemas — ou Problem-Based learning (PBL) — é uma dessas propostas.
Essa estratégia cria uma conexão entre a teoria e a prática, melhorando a interação entre eles. Ela prepara os alunos para os desafios do mercado de trabalho.
O que é metodologia baseada em problemas (PBL)?
A aprendizagem baseada em problemas é um método de ensino que recomenda a realização de atividades guiadas, com o objetivo de preparar os alunos para resolverem questões do mundo real.
Essa estratégia faz parte das metodologia ativa, pois o protagonista na aula passa a ser o aluno. Ajuda o estudante a entender o conteúdo na prática com mais participação.
O método de PBL (ou aprendizado baseado na resolução de problemas) originou-se na área médica. Surgiu no final da década de 1960, na Faculdade de Medicina de McMaster, com o objetivo de estruturar o currículo do curso.
Os anos iniciais estavam atrasados com uma formação predominantemente teórica e a prática ocorria apenas no final do curso. Assim, o PBL estabeleceu uma relação equilibrada entre prática e teoria.
A aprendizagem baseada em problemas se divide em três conceitos básicos:
- o entendimento do problema surge através da interação dos alunos;
- o conflito cognitivo deve existir, pois é ele que estimula a aprendizagem;
- o conhecimento ocorre com o reconhecimento e aceitação da interpretação de vários atores sobre o mesmo fenômeno.
Os princípios da aprendizagem baseada em problemas incentivam o trabalho em equipe, a interação entre os envolvidos e simula situações do cotidiano do aluno.
Por que essa metodologia é importante?
O mercado de trabalho exige que os profissionais tenham uma formação prática e desenvolvam competências multidisciplinares. Resolver problemas é parte importante do trabalho em uma empresa.
Por isso, a aprendizagem baseadas em problemas é uma excelente opção.
Mais independência ao aluno
Integrando os alunos por meio de projetos e faz com que o estudante seja mais autônomo e tenha discussões críticas, relacionando as disciplinas e vivências com as possíveis soluções.
Desenvolve a capacidade de pensamento crítico no aluno e cria independência para que ele se posicione na sociedade.
Aumenta o engajamento nas aulas
Como as ações são práticas, os estudantes precisam se relacionar com os seus colegas, e as atividades ficam mais divertidas e dinâmicas.
É comum que a participação e desempenho escolar dos alunos aumente comparado com atividades tradicionais.
Melhora o trabalho em equipe
Os alunos dependem uns dos outros para chegarem a uma solução e precisam fazer concessões e ouvir outras opiniões durante o processo.
Estimula o desenvolvimento social e consegue atingir todos os estudantes simultaneamente, fazendo com que a evolução ocorra em sincronia.
Como trabalhar a metodologia na prática?
A metodologia PBL estrutura o ensino apresentando problemas complexos que devem ser resolvidos em etapas.
Os projetos práticos fazem os alunos utilizarem diversos tipos de conhecimento e ferramentas chegar em uma a solução, tais como: dedução lógica, tentativa e erro, aprendizado interativo e pesquisa.
Por serem atividades mais complexas, os professores formam grupos — nesse caso, é importante que o professor misture alunos de habilidades diversas e incentive o trabalho em equipe.
A metodologia pode ser aplicada no currículo escolar. Na prática, é importante que haja integração entre os professores e que os projetos sejam multidisciplinares.
Os professores podem promover feiras ou eventos de criação e os alunos devem apresentar soluções que utilizem conhecimento de várias matérias.
Cada professor abordará o projeto e desenvolverá uma parte dele em sua aula, e, ao final, a solução será apresentada em um evento único.
As avaliações devem utilizar critérios específicos para validar se os objetivos educacionais foram alcançados. Para sintetizar o conhecimento, os alunos podem criar relatórios sobre a experiência.
Com uma equipe multidisciplinar de professores, é possível criar critérios que avaliem as discussões em grupos, como:
- Capacidade de ouvir os alunos;
- Capacidade de dar espaço a todos os integrantes;
- Execução do projeto e o modo como ele foi apresentado.
Plano de aula para aprendizagem baseada em problemas
1. Preparando a Aula
A aprendizagem baseada em problemas requer preparação antes da atividade para o planejamento. Precisa delimitar conhecimentos prévios necessários para resolver um problema.
O professor deve concentrar-se mais nas competências básicas necessárias do que na ideia principal como um todo.
É como montar uma introdução ao problema, ela pode precisar que os alunos leiam um capítulo de um livro, um documento ou conduzir uma pesquisa antes de começar.
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2. Definindo o Problema
Nesse passo o professor contextualiza o problema aos alunos. Essa fase precisa ser envolvente para que os alunos queiram participar.
Nessa parte, ocorre a seleção de uma função para os alunos baseados em uma situação problemática.
Alguns exemplos de funções incluem: cidadão preocupado, membro do governo, jornalista, perito, professor, etc.
Então, o professor diz aos alunos qual o problema que deve ser resolvido.
3. Analisando o Problema
Nessa etapa, o professor ajuda os participantes a identificar o que sabem, o que precisam saber e a definir quais são suas ideias sobre o tema.
Então são conduzidas as primeiras discussões, a fim de encontrar o conhecimento básico necessário para resolver o problema.
É aqui que os alunos precisam refletir sobre as suas experiências, para poderem construir a sua própria compreensão do problema.
4. Declarando o Problema
Essa etapa é o momento que os alunos identificam o problema a partir da perspectiva do seu papel.
Geralmente é efetuada da seguinte maneira: “Como podemos … de tal forma, que …”. Essa frase pode servir de modelo para ajudar a contextualizar essa fase.
5. Pesquisando e Compartilhando
Os alunos são participantes ativos no processo de resolução de problemas. Nessa fase, a turma é dividida em grupos e cada membro deve ter uma tarefa.
Os membros dos grupos pesquisam soluções para o problema e compartilham o resultado uns com os outros. Essa é a parte mais longa e o professor deve agir como um facilitador do processo e não como uma autoridade.
Nesta fase, você pode aplicar alguma metodologia do ensino híbrido para dividir a sala em grupos mais eficientes.
6. Gerando Soluções
O processo de aprendizagem baseada em problemas raramente tem uma resposta correta. Nessa etapa, os participantes dentro dos seus grupos reúnem o máximo de soluções para o problema que conseguirem encontrar.
Quando todos terminarem o processo, é hora de compartilhar as soluções com a turma toda.
7. Determinando a melhor solução
Uma vez que todas as soluções tenham sido compartilhadas e entendidas, é hora de determinar a solução que melhor se encaixa para resolver o problema apresentado.
É interessante que cada resolução tenha seus prós, contras, e consequências listadas para facilitar a escolha.
Nessa análise, é interessante que os alunos enxerguem todas as perspectivas, as quais serão também avaliadas por seus colegas.
8. Preparando e apresentando a solução
Os alunos precisam sentir que seus esforços vão provocar uma mudança. Eles precisam de tempo para preparar e apresentar as suas soluções através de painéis de discussão, apresentações multimídia, vídeos, etc.
Esse é um componente importante da aprendizagem baseada em problemas, em que todos podem apresentar suas soluções a um tomador de solução, que pode ser indicado do professor.
9. Discutindo o processo
Os participantes precisam fazer uma crítica ao processo que passaram. Isso os ajuda a pensar criticamente sobre o que funcionou bem e o que poderia ser melhorado para a próxima atividade.
Além disso, desenvolve a auto-crítica, fazendo o aluno a pensar nas suas ações e atitudes em relação ao problema proposto.
Como a tutoria pode ajudar na aprendizagem baseada em problemas?
Além dos trabalhos desenvolvidos em grupos, as aulas com tutores também podem ajudar no aprendizado baseado em problemas.
Ao contar com a ajuda de um tutor, o aluno pode ir além do seu entendimento sobre o problema proposto, ajudando-o a entender a perspectiva de outra pessoa para poder construir sua própria.
A tutoria não se limita ao reforço escolar, os tutores auxiliam o aluno a explorar seus potenciais e desenvolver um aprofundamento em conteúdos de interesse deles.
Entre em contato e veja como sua escola pode ir além do potencial dos seus alunos.