As metodologias ativas de aprendizagem apresentam uma nova abordagem de ensino, em que o aluno torna-se o protagonista do próprio aprendizado, tomando para si a responsabilidade de aprender.
O modelo propõe a mudança dos papéis, seguindo um caminho diferente do formato tradicional em que a informação é somente transmitida para os alunos. Ou seja, a famosa educação bancária, criticada por Paulo Freire.
Então, em vez de meramente transmitir a informação, essa abordagem procura engajar os alunos através de atividades de resolução de problemas, discussões em grupo e outras tarefas que promovam o pensamento crítico.
Com menos tempo de lição, os estudantes aprendem através de colaboração e exploração.
Essas novas formas de aprendizado estão gerando impactos positivos tanto para discentes quanto para docentes e devem fazer parte do projeto político pedagógico da escola.
Se você se interessou pelo assunto, entenda neste texto o que são as metodologias ativas de aprendizagem e como elas funcionam.
O que são metodologias ativas de aprendizagem?
As metodologias ativas de aprendizagem utilizam uma abordagem centrada no aluno e o estimulam a sair da estagnação durante a aula, além de colocá-lo como protagonista no seu processo de aprendizagem.
Nesses modelos, são enfatizadas as experiências de aprendizado, o que é chamado de “aprender na prática”.
As atividades estimulam o debate, estudos de casos e reflexões, que melhoram o relacionamento interpessoal dos alunos e a capacidade de expressão.
Como as metodologias ativas favorecem o aprendizado?
De acordo com um estudo conduzido com abordagens de educação focadas em aprendizagem, estudantes aprendem mais quando participam do processo.
As metodologias ativas incentivam o cérebro a ativar redes cognitivas e sensoriais, processando e armazenando com mais eficiência o conhecimento.
Esses métodos trazem vantagens para o aluno e escolas. Confira os benefícios para os estudantes.
- Maior retenção de conhecimento;
- Estimulo ao pensamento crítico;
- Maior motivação para aprender;
- Melhora do engajamento em sala de aula;
- Estímulo à autonomia;
- Desenvolvimento da autoconfiança;
- Resolução simplificada de problemas.
No caso da escola, a aprendizagem ativa é uma maneira de acompanhar o desenvolvimento individual dos alunos. Os professores podem mapear as necessidades individuais, preparando aulas e exercícios personalizadas.
Além disso, essas metodologias trazem mais interesse às aulas, e os educadores conseguem desenvolver melhor os ensinamentos e ter menos interrupções, sendo muito eficientes também no ensino médio.
Metodologias Ativas de Aprendizagem na prática
As ferramentas utilizadas em sala de aula refletem o comportamento dos estudantes, por isso, cada vez mais, o ambiente escolar deve ser adaptado às transformações tecnológicas educacionais.
Muitos tipos de atividades podem ser facilitar a aplicação de metodologias ativas.
Se os alunos estão participando do processo de aprendizagem ativa através de criação de experiência, você está aplicando metodologias ativas.
Alguns formatos que podem ser usados:
- Demonstrar um processo;
- Analisar um argumento;
- Conduzir experimentos;
- Produzir exercícios escritos;
- Conduzir um debate;
- Criar vídeos;
- Trabalhar colaborativamente;
Tipos de Metodologias Ativas para aplicar na sala de aula
Existem vários tipos de metodologias ativas que podem facilmente serem aplicadas na escola, veja abaixo algumas delas:
Aprendizagem baseada em problemas
A aprendizagem baseada em problemas é uma técnica que usa problemas complexos do mundo real para incentivar a aprendizagem.
A construção de conhecimento é baseada em gerar debates e tem como objetivo o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e comunicação.
Um dos grandes focos da aprendizagem baseada em problemas é a interdisciplinaridade, essencial para resolução de problemas complexos.
Essa prática procura quebrar as distâncias entre disciplinas para construir uma solução completa. A participação e colaboração dos alunos é peça chave.
Aprendizagem entre pares ou Peer Instruction
A peer instruction propõe que os alunos estudem em pares para que um ajude o outro. Dessa forma, os estudantes tornam-se responsáveis por algo além deles mesmos, abordando os assuntos que mais dominam.
Essa troca de conhecimento entre os alunos, seja em duplas ou em grupos, muda o formato de aprendizado hierárquico, em que o professor ensina e o aluno só aprende.
Além disso, o modo informal como os alunos explicam um assunto e até as gírias utilizadas podem ajudar na absorção do conteúdo e reforçam o aprendizado, diferentemente do que o professor pode oferecer em um modelo tradicional.
Aprendizagem baseada em projetos (PBL)
A aprendizagem baseada em projetos (PBL) ou a project-based learning tem o propósito de fazer com que os estudantes resolvam problemas com a colaboração de seus colegas.
O professor sugere uma ideia ou faz uma pergunta, mas não deve dar pistas de como resolvê-los. Cabe aos alunos criar métodos e estudar soluções para chegar no objetivo esperado.
Conforme o projeto for sendo desenvolvido, os professores devem dar comentários que guiem os alunos para o caminho certo.
Ao final, o objetivo é expor todas as ideias e os projetos criados e debater sobre eles, mostrando, assim, o que funciona em cada caso, além de trazer novas possibilidades ao que já era conhecido pelos estudantes.
Sala de aula invertida
A sala de aula invertida ou flipped classroom é a metodologia que propõe que a tecnologia e o ambiente virtual sejam utilizados para incrementar e dinamizar as aulas.
Ela pode ocorrer online, em que o aluno tem acesso a lições e a conteúdos de aprofundamento ou o professor pode trabalhar os assuntos presencialmente na sala de aula.
Essa técnica é muito usada no ensino híbrido, usando mais efetivamente os recursos tecnológicos para melhorar a aprendizagem.
O principal objetivo é que o aluno se torne responsável pelo seu conhecimento e faça estudos prévios sobre os temas abordados.
Os encontros presenciais têm o objetivo de discutir o tema, colocar os ensinamentos em prática e sanar possíveis dúvidas.
Dessa forma, o professor não é detentor de todo o conhecimento, assumindo um papel de mentor.
Além das mencionadas aqui, existem outras intervenções pedagógicas possíveis, confira!
Design Thinking
O design thinking é um método utilizado em diferentes áreas, como na administração e gestão financeira, e ele pode ser utilizado para melhorar a educação.
A proposta é que os alunos reflitam, sejam criativos e investiguem para encontrar soluções. A metodologia é dividida em cinco etapas, descoberta, interpretação, ideação, experimentação e finalizando com a evolução.
Não há uma forma correta de solução. A prática oferece oportunidades de conhecimento por meio da cooperação, protagonismo, comunicação e criação de protótipos.
Aprendizagem baseada em jogos ou Gamificação
Essa estratégia propõe que os recursos de jogos sejam aplicados para motivar e engajar os alunos no processo de aprendizagem.
Os recursos aplicados são inúmeros, podemos citar os mais comuns como: sistema de pontuação, rankings, avatares, insígnias e etc. Todos usados para dar uma visão de progresso para o aprendizado.
Diferentemente de uma aula tradicional, na gamificação, os alunos ganham autonomia e constroem o conhecimento de forma coletiva.
Esses desafios geram engajamento, motivam e promovem uma aprendizagem mais impactante nos alunos.
Os professores podem utilizar aplicativos ou criar jogos presenciais que estimulem a competição e deixem as aulas mais atrativas e inteligentes.
Aprendizagem baseada em equipes (TBL)
Na aprendizagem baseada em equipes ou Team Based Learning, os alunos vão realizar as atividades em grupos e aprender de forma colaborativa com os colegas.
Para aplicar o TBL, é preciso dividi-lo em 3 fases:
- Preparação pré-classe: os alunos estudam antes o que será aprendido na aula, pode ser através de um roteiro de estudos, um questionário, uma entrevista ou ainda uma pesquisa.
- Garantia do preparo: para que os alunos se sintam mais motivados a fazerem essa preparação em casa, é necessário fazer um teste com os alunos antes de começar as atividades em grupo, inclusive para você dividir os grupos de forma que fiquem balanceados.
- Aplicação dos conceitos: então, finalmente, os alunos trabalham em grupos resolvendo um problema, preparando um seminário ou uma peça, simulando alguma coisa, respondendo um questionário ou até fazendo um debate.
As atividades podem ser escolhidas de acordo com a criatividade do professor, não precisam se limitar a essas.
Outra coisa interessante é usar a gamificação no meio ou no final de tudo para fazer os grupos se divertirem enquanto respondem o que aprenderam.
Microlearning
O Microlearning consiste, basicamente, em microaulas, mas isso não significa que o tempo de aula será menor, mas sim que a parte de explicação e exposição será curta e os estudantes logo serão apresentados a exercícios.
Isso significa que em vez de uma exposição de 30 minutos explicando vários conceitos, o professor explica em 5-6 minutos UM conceito e coloca os alunos para colocarem em prática o que aprenderam.
Dessa forma, o ensino consegue ser mais efetivo, pois está mais adequado às novas gerações que não conseguem se concentrar em uma explicação por muito tempo.
WebQuest
A WebQuest é uma metodologia ativa bem divertida, porém, precisa envolver todos os professores e toda a escola.
Ela é realizada, majoritariamente, de forma virtual no Ambiente Virtual de Aprendizagem da escola, permitindo que os alunos tenham autonomia para pesquisarem o que acreditarem ser mais relevante naquele momento.
O objetivo da quest é encontrar uma resposta ou resolver um problema, mas, para isso, os estudantes precisam responder perguntas, fazer pesquisas e se aventurarem dentro do universo preparado pela escola no AVA.
Rotação por estações
Na rotação por estações, os estudantes participam em um circuito com estações organizado pelo professor.
Cada estação precisa ser diferente, mas nenhuma deve ser pré-requisito da outra. Além disso, elas devem ter tempo suficiente para que os grupos consigam terminar as atividades.
As estações podem ser de:
- Leitura de um material;
- Pesquisa;
- Resolução de exercícios;
- Jogo educativo;
- Escrita de um parágrafo ou redação;
- Assistir a uma videoaula ou explicação;
Tudo dependerá da criatividade do professor.
Cultura Maker e as metodologias ativas
A cultura Maker está muito relacionada às metodologias ativas de aprendizagem, já que os conceitos de aprendizagem ativa são constantemente aplicados nas atividades maker.
Ele é baseado na ideia de que o ser humano tem poder para construir suas próprias coisas, então, deve ser estimulado a isso na escola, criando coisas como:
- Hortas;
- Comidas;
- Robôs;
- Programas e jogos (usando a programação);
- Maquetes;
- Casas sustentáveis;
- Objetos de decoração e mais.
A cultura Maker então estimula os alunos a serem criativos e a resolverem problemas para conseguirem completar suas construções.
Tutoria Online
A Tutoria Online também é uma metodologia ativa bem interessante, pois permite ao aluno ter:
- Autonomia para tirar dúvidas sempre que precisar;
- Ter um professor particular sempre à mão;
- Aprender com pessoas que passaram pelo mesmo que ele e estão na faculdade que desejam;
- Construir conhecimento de forma ativa, pois os tutores não passam as respostas, apenas ajudam a chegar nela.
Assim, como as metodologias ativas de aprendizagem tem uma proposta em que o aluno passa mais tempo aprendendo por si só, ou entre pares, o TutorMundi se torna uma ferramenta que amplia a sala de aula, e oferece um mentor à disposição em qualquer momento.
Com isso, o estudante consegue desenvolver habilidades com maior eficiência e rapidez. Dúvidas geralmente representam barreiras cognitivas importantes e podem travar o aprendizado, por isso, é crucial que o aluno possua uma ferramenta que o ajude.
Veja como o Plus aprendizagem usou a tutoria online para melhorar o ensino!
Aprendizagem criativa
A aprendizagem criativa foi desenvolvida para despertar autonomia, interação e senso crítico nos alunos.
Ela defende que o aprendizado é um produto de um processo exploratório que deve ser conduzido pelo o aluno.
Para aplicar essa abordagem, seus autores propõe a espiral de aprendizagem criativa, que consiste em alguns momentos:
- Imagine
- Crie
- Brinque
- Compartilhe
- Reflita.
Desse modo, a espiral é um processo repetitivo em que cada etapa contribui para o desenvolvimento do aluno em diferentes etapas do aprendizado.
Adotando aprendizagem ativa na escola
Comece com pequenas modificações no seu desenho de aula, use ferramentas como o método SAMR para facilitar a implementação e avaliação do uso de tecnologia.
Ao incorporar essas práticas no dia a dia dos seus alunos, é importante mantê-los informados do processo, além de explicar a importância disso para o desenvolvimento deles.
Além disso, é necessário também capacitar os professores para que eles consigam aplicar essas metodologias de forma efetiva.
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Conclusão
Portanto, metodologias ativas de aprendizagem são muito eficientes para melhorar e dinamizar o processo de ensino, por isso, vale a pena aplicá-las em sua escola.
Para conhecer mais, veja como o colégio XIX usa a tutoria como metodologia ativa! Clique aqui.
4 respostas
Muito legal, bem didático, leve e funcional.
Parabéns!
Parabéns! Excelente abordagem do assunto. Gratidão por compartilhar.
Gratidão por comentar Heliana!
Amei. Bem preciso no conteúdo. 👏🏻