Chamamos de evasão escolar quando o estudante, por algum motivo, deixa de ir às aulas, abandonando a escola durante o ano letivo e não retornando para se matricular no ano seguinte.
A evasão já era um problema nas escolas brasileiras, mas se tornou ainda mais alarmante com o aumento nos índices de desigualdade, de desemprego e de violência doméstica.
Neste artigo, vamos discutir as razões para o aumento do abandono dos estudos no Brasil, suas consequências para o país e levantar algumas alternativas para reduzir os prejuízos na aprendizagem dos estudantes.
O que é evasão escolar?
Evasão escolar é quando o estudante deixa de frequentar as aulas, seja por fatores externos ou internos.
O termo evasão escolar indica, portanto, o abandono da escola por parte dos alunos. No caso do ensino superior, o trancamento da matrícula.
A evasão da escola tem implicações diretas no desenvolvimento da educação no Brasil.
40% da população brasileira acima de 25 anos não concluiu o Ensino Fundamental, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2019.
Suas consequências irradiam efeitos na vida do indivíduo permanentemente, e, quanto mais a pessoa cresce, mais difícil é de “consertar” a falta do estudo.
Exatamente por isso, essa situação deve ser evitada.
Nas escolas privadas, a evasão representa uma diminuição nos lucros, visto que o estudante é um pilar de sustentação financeira da instituição. Por isso, este é um tema importante para a gestão escolar.
Há diversos motivos para a isso, sejam eles sociais, econômicos e até mesmo psicológicos.
Combater essa evasão significa aumentar a retenção de alunos em sala de aula. Vamos discorrer mais sobre isso em seguida.
Evasão escolar no Brasil
Antes da pandemia, a evasão da escola já era um problema que afetava uma boa parcela da população brasileira.
De acordo com a PNAD Contínua 2019, pesquisa realizada pelo IBGE, 20,2% das pessoas de 14 a 29 anos do país, cerca de 10,1 milhões, não haviam completado alguma das etapas da educação básica.
Dados sobre evasão escolar
Os dados revelam que o abandono escolar é ainda maior entre pessoas pretas ou pardas (71,7%) e nas regiões Norte e Nordeste do país. A transição do ensino fundamental para o médio acentua ainda mais a evasão dos estudos. A PNAD 2019 mostrou que, nos alunos de 14 anos, o abandono nas escolas girou em 8,1%, aumentando para 14,1% aos 15 anos.
Após um ano de restrições causadas pela pandemia, o cenário é ainda mais desolador. Segundo dados da Unicef, 3,8% dos estudantes com idade entre 6 e 17 anos abandonaram as escolas em 2020, aproximadamente 1,38 milhões de pessoas.
Os dados são maiores do que a média da PNAD do ano anterior, que registrou um percentual de 2% dos estudantes.
Além dos estudantes que não frequentavam a escola, 4.125.429 estudantes afirmaram frequentá-la, mas não tiveram acesso a atividades escolares. A estimativa é que mais de 5,5 milhões de crianças e adolescentes não tiveram acesso à educação em 2020.
Qual a diferença entre abandono e evasão escolar?
Usado muitas vezes como sinônimo, os termos abandono e evasão escolar têm efeitos práticos diferentes.
O abandono escolar acontece quando um estudante deixa de ir às aulas durante o ano letivo, por qualquer motivo que seja. O efeito direto é a reprovação ou baixo desempenho acadêmico, levando à necessidade de reforço.
Mas quando o aluno, após abandonar a escola, não retorna e não se matricula no ano letivo seguinte, consideramos o caso como evasão.
Esses jovens, reprovados ou não, desistem de continuar os estudos e entram na vida adulta sem concluir o ensino básico.
Causas da evasão escolar
Existem muitos fatores de risco que contribuem para o abandono escolar e a consequente evasão nas escolas, ainda mais em um país com altas taxas de desigualdade como o Brasil. Entre os motivos da evasão escolar, podemos citar:
- Dificuldade de acesso à escola, normalmente por morar em zona rural ou muito afastada da instituição mais próxima;
- Falta de supervisão dos pais, afinal nem todos os pais frequentam as reuniões para ver a frequência dos filhos;
- Desinteresse nas aulas, especialmente devido à monotonia dos métodos de ensino;
- Qualidade da escola, problema agravado na escola pública;
- Repetência, o aluno fica desestimulado para estudar quando tem de estudar o mesmo ano novamente;
- Gravidez na adolescência, especialmente com as alunas de classe mais baixa;
- Dificuldades de aprendizagem, como dislexia, TDAH;
- Trabalho infantil, muitas vezes para sustentar a família.
O cenário encontrado durante a pandemia, porém, trouxe outro agravante que aumentou a evasão nas escolas: a falta de acesso à internet e de inclusão digital.
Segundo dados da última PNAD Contínua TIC, 17,3% dos domicílios nacionais não possuíam acesso à internet em 2019, cerca de 36,5 milhões de pessoas.
Isso aumentou mais ainda a evasão.
Consequências da evasão escolar
A evasão escolar traz uma série de consequências para a vida do estudante e para a economia como um todo.
O adulto que abandona a escola tem menos chances de conseguir emprego, recebe salários menores, além de afetar a sua autoestima.
Como o abandono escolar está mais concentrado na população negra e periférica, a evasão também tem o efeito de reduzir a presença desses grupos em universidades, empresas e espaços de poder e amplificar as desigualdades regionais.
Em longo prazo, a evasão também tem consequências profundas na economia. A exclusão social e o despreparo aumentam os índices de desemprego, concentração de renda e precarização do trabalho.
Como diminuir a evasão escolar
Ao falar sobre evasão nas escolas, é importante lembrar que a educação é um direito de todo cidadão garantido pela Constituição Brasileira de 1988, e é dever do Estado preservá-la.
Com isso em mente, garantir a permanência dos estudantes na escola deve estar na pauta dos entes federativos, independente de quem esteja no governo.
Entretanto, durante a pandemia, muitos estudantes tiveram o direito à educação negado, seja por falta de condições de acessar o conteúdo no ensino remoto, seja pela necessidade de distanciamento social.
Também vale refletir sobre o perfil dos estudantes que foram mais afetados. Enquanto as escolas privadas e famílias mais ricas conseguiram oferecer condições para que os alunos continuassem estudando, o cenário nas escolas públicas foi bem diferente.
Por isso, pensar no combate à evasão escolar está diretamente ligado à aplicação de políticas públicas educacionais eficientes, que promovam condições de acesso às tecnologias educacionais e a internet, além de medidas de segurança que garantam a saúde de alunos e professores.
Selecionamos algumas propostas que permitem visualizar alternativas de combate à evasão dos estudos durante e após a pandemia.
Investir em intervenções pedagógicas
As intervenções pedagógicas são formas de evitar que as dificuldades de aprendizagem virem problemas maiores para os estudantes no futuro.
Elas acontecem por meio de estratégias e abordagens educacionais que ajudam o aluno a absorver o aprendizado de forma diferenciada. A intervenção pedagógica traz benefícios como:
- Aumenta o engajamento nas aulas;
- Aproxima a comunidade escolar;
- Melhora o desempenho do estudante;
- Reduz desníveis de aprendizagem.
Ações de combate ao desnível educacional, como aulas de revisão, reforço escolar e tutoria online, oferecem alternativas para que o aluno aprenda, aumentando seu interesse pelas aulas e sua autoestima.
Promover o protagonismo do aluno
O desinteresse pelas aulas que consequentemente leva à evasão está ligado a métodos tradicionais, nos quais o estudante assume um papel passivo no processo de ensino.
As metodologias ativas de aprendizagem, que colocam o aluno no centro da construção do aprendizado, são alternativas fundamentais para aumentar o interesse nas aulas e contribuir para melhorar os índices de abandono escolar.
Dessa forma, procura-se engajar os estudantes com atividades que envolvem a resolução de problemas, trabalhos em grupo e outras ações que estimulem o pensamento crítico.
De forma ativa, os estudantes desenvolvem a colaboração, as habilidades socioemocionais, melhoram o relacionamento com os colegas e a capacidade de expressar o que pensam.
Melhorar o relacionamento com os pais
No fim, quem decide em que escola o filho estudará são os responsáveis, por isso, ter um bom relacionamento com os pais é uma excelente maneira de aumentar a retenção.
Conhecer a realidade do estudante
Até agora falamos sobre os aspectos pedagógicos que envolvem a evasão escolar, mas questões socioculturais são fundamentais para entender esse problema.
Em comunidades mais pobres, a desistência escolar está muito ligada à necessidade de ajudar na renda familiar, com jovens que começam a trabalhar cedo, e com a gravidez precoce no caso das meninas.
Compreender a realidade na qual a escola está inserida e promover ações de informação que ajudem a aumentar o entendimento sobre a importância da educação podem ser formas de contribuir para a redução da evasão nas escolas.
Esse processo deve ser acompanhado pela gestão escolar, aproximando-se das famílias dos alunos e entendendo os motivos que levam a redução da frequência escolar.
Um bom relacionamento com os pais, por parte do corpo escolar como um todo, pode ser uma excelente estratégia para reduzir a desistência dos estudos.
Quando os pais se sentem parte dessa equação, é mais fácil que eles também incentivem os alunos em suas atividades escolares.
É importante que a escola se assegure de que os alunos e os pais trabalhem em sintonia, e sempre informe aos pais dados como o rendimento do aluno, seu comportamento em sala de aula, e também quaisquer anormalidades.
Um bom meio de fazer isso é o relatório de aproveitamento escolar. Nele, os professores registram informações importantes acerca dos alunos, além de simplesmente colocar o seu desempenho em provas e trabalhos.
Desse modo, é mais fácil informar os pais sobre tudo que está acontecendo na vida escolar do estudante e envolvê-los ainda mais, diminuindo a evasão.
Além disso, a gestão escolar democrática é essencial para promover esse debate, e atividades como reuniões, conselhos de classe e o desenvolvimento de um projeto político pedagógico claro e acessível são fundamentais.
Capacitar professores para a educação digital
Adotar o ensino remoto emergencial fez com que muitos professores precisassem reaprender a ensinar.
Segundo a pesquisa TIC Educação, 53% dos professores afirmaram que a falta de capacitações específicas para o uso de tecnologias nas aulas foi uma grande dificuldade nas aulas remotas.
Esse mesmo levantamento apontou que, antes da pandemia, apenas 14% das escolas públicas dispunham de ambiente ou plataforma virtual de aprendizagem.
Investir na capacitação dos professores não só valoriza o profissional como estimula que os benefícios do ensino digital sejam passados também para os alunos.
Invista em tecnologias educacionais para reduzir a evasão
É possível investir em tecnologias educacionais para reduzir a desistência dos estudos.
As vantagens vão desde a facilidade na gestão até um processo de ensino melhorado.
Por isso, a seguir, vamos citar algumas possibilidades de como aplicar tecnologias educacionais que podem inovar e evitar o abandono escolar nesse contexto. Confira.
Gamificação na educação
A gamificação na educação, do inglês gamification, é uma das metodologias ativas que garante aulas mais dinâmicas. Ela consiste na aplicação de elementos de jogos que contribuem com o processo de aprendizagem.
Desse modo, é possível prender mais a atenção dos alunos. A gamificação não precisa da tecnologia para ser implementada, já que é possível utilizar, por exemplos, games de mesa e quizes feitos pelos próprios professores. No entanto, a utilização de tablets, smartphones e outros recursos podem aproximar ainda mais o aluno das aulas.
Esse tipo de tecnologia educacional tem tido cada vez mais destaque no contexto escolar. É possível aplicar essa metodologia ativa com jogos interativos, incluindo a sala toda, ou por meio de aplicativos.
Citamos, a título de exemplo, o Kahoot e o Minecraft for education. O primeiro permite a interação com perguntas e respostas; e o segundo é a versão para aprendizado do clássico jogo para a sala de aula.
Além disso, existe o ENEM GAME, opção gratuita para que alunos do ensino médio se preparem para o ENEM resolvendo exercícios na forma de jogos.
Monitorar a frequência do aluno
Existem também, nesse sentido, ferramentas de ensino personalizado em que é possível ver as matérias em que um aluno em específico tem dúvida. Podemos citar, nesse aspecto, a tutoria on-line.
Para isso, o TutorMundi é uma plataforma que oferece tutores das mais renomadas universidades do país em todo momento.
A partir da monitoria online, que funciona como complemento do trabalho do professor, o aluno tem mais confiança para seguir nas aulas.
Além disso, há ferramentas de gestão que ajudam no controle de faltas, assunto de extrema importância para diagnosticar a evasão desde o princípio.
Com base nesse monitoramento, é preciso conversar com a família e buscar reverter a situação.
Personalização do ensino
A tecnologia nos possibilita ter um ensino personalizado e individual.
Desse modo, a personalização do ensino, também chamada de ensino personalizado, é um meio de colocar o aluno na posição de destaque na relação de ensino-aprendizagem.
- Diminui dificuldades;
- Dá atenção às habilidades e preferências do aluno;
- Leva em conta a realidade de cada estudante;
- Respeita o tempo de cada um.
Como aplicar a tecnologia na educação
A tecnologia na educação é um conceito relativamente antigo, mas sua aplicação ainda é novidade para muitas pessoas. Por isso, diversos profissionais do ensino ainda se perguntam como unir as duas de modo eficiente e focado no aprendizado dos alunos.
Existem vários modos de utilizar a tecnologia. Acima de tudo, ela é um meio, um canal de comunicação com alunos, pais e professores. Por conta disso, ela ajuda a estreitar laços e tornar a evasão mais rara.
Além disso, sua aplicação em sala de aula faz da aprendizagem mais dinâmica, moderna e adaptável. Ela permite a implementação mais eficaz do ensino personalizado, o que auxilia na retenção de alunos.
Assim, por dinamizar a aula, os estudantes podem desfrutar de uma aprendizagem com mais possibilidades e mais prazerosa.
Por que a monitoria on-line reduz os riscos de evasão escolar?
Como discutimos neste artigo, medidas de intervenção pedagógica podem ajudar a reduzir os riscos que levam ao abandono escolar. Afinal, elas oferecem para os alunos alternativas para reduzir o déficit de aprendizagem causado pela pandemia.
Nesse sentido, a tutoria on-line é uma atividade de reforço escolar que utiliza meios digitais, como celular ou computador, para colocar o estudante em contato com tutores especialistas.
O objetivo da tutoria on-line é promover um atendimento personalizado e rápido, no qual o estudante pode solucionar suas dúvidas na hora que elas aparecem, desenvolvendo o protagonismo do aluno com ajuda da escola.
Para utilizar plataformas de tutoria on-line, como o TutorMundi, o aluno precisa apenas de um celular e de conexão com a internet.
Assim, em contato com outra pessoa, o aluno pode buscar a melhor forma para compreender o conteúdo.
Além disso, o benefício que a tutoria traz para o processo de ensino aprendizagem não se limita à resolução de questões.
De acordo com estudo do MIT, ao utilizar estratégias de aprendizado 1 para 1, o aluno pode apresentar um desempenho 98% melhor do que o obtido apenas com aulas regulares.
Em suma, embora enfrentemos grandes desafios no acesso à internet e à inclusão digital, alternativas de tutoria podem ser mais baratas do que disponibilizar professores para todos os alunos.
Conclusão
Portanto, os prejuízos que a pandemia trouxe para a educação brasileira vão estar presentes por muitos anos.
Embora haja um esforço para reduzir o déficit educacional, os fatores sociais e econômicos contribuem para um constante desequilíbrio nos índices de abandono escolar.
Então, experimente o TutorMundi como ferramenta para reduzir a evasão escolar em sua escola! Faça um teste grátis, é só preencher o formulário abaixo!