De acordo com o Censo 2010 do IBGE, existem 45 milhões de brasileiros com deficiência física, mental, auditiva ou visual em nosso país.

Para que essas pessoas sejam inseridas na nossa sociedade e tenham mais autonomia, qualidade de vida e independência, elas podem precisar de alguns recursos e serviços que atendam às suas necessidades e particularidades.

É disso que iremos falar: tecnologia assistiva, qual a sua importância e como ela pode e deve ser implementada em sala de aula para promover a educação inclusiva.
Continue com a leitura para conferir!

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O que é tecnologia assistiva?

Tecnologia assistiva é o nome dado ao conjunto de recursos e serviços usados para ajudar pessoas com deficiência ou com alguma limitação funcional, tornando sua vida mais fácil e promovendo melhor qualidade de vida com inclusão social.

De acordo com o Censo de 2010 no Brasil, 23% da população necessita dessas tecnologias, por isso é importante para a educação inclusiva.

Os recursos de tecnologia assistiva podem variar de uma simples bengala, um par de óculos ou uma cadeira de rodas, até a um complexo sistema de próteses mecanicamente computadorizadas. Outros exemplos são os sites da internet ou aplicativos que possuem acessibilidade.

A comunicação alternativa, por exemplo, se encaixaria em um tipo de tecnologia inclusiva.

Já os serviços inclusivos são aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência. Como exemplo temos os profissionais de fisioterapia, fonoaudiologia, educação, psicologia, engenharia e design.

Tipos de tecnologia assistiva

Tecnologias assistivas estão divididas por categorias. Dentre elas, estão:

  • Auxílios para a vida diária: engloba materiais, produtos e utensílios adaptados que ajudam a pessoa com deficiência a ter mais autonomia na sua rotina;
  • Comunicação aumentativa e alternativa: categoria direcionada às pessoas que têm dificuldade de fala ou ausência e dificuldade de escrita. Dispositivos de voz e tradução para a língua de sinais são dois exemplos deste tipo;
  • Recursos de acessibilidade ao computador: categoria dos itens que ajudam a pessoa com deficiência a usar um PC por meio da tecnologia inclusiva. Servem de exemplos os mouses adaptados e a lupa virtual;
  • Sistema de controle de ambiente: categoria direcionada às pessoas com alguma limitação motora;
  • Projetos arquitetônicos para garantir acessibilidade: refere-se às adaptações estruturais realizadas em meio urbano para garantir uma locomoção tranquila e realmente acessível a pessoas com mobilidade reduzida ou deficiência visual;
  • Órteses e próteses: categoria que contempla aparelhos que possibilitam ou melhoram a mobilidade de pessoas com deficiência motora ou que perderam algum membro;
  • Adequação postural: recursos que contribuem para a melhora da postura de uma pessoa com deficiência para que ela alcance maior desempenho funcional;
  • Auxílios de mobilidade: inclui andadores, bengalas, muletas e outros itens que contribuem para a locomoção de pessoas com deficiência;
  • Auxílio para pessoas com deficiência visual ou de baixa visão: categoria que engloba qualquer recurso que serve para dar mais autonomia a pessoas com deficiência visual ou de baixa visão;
  • Auxílio para pessoas surdas ou com pouca audição: recursos, dispositivos ou serviços, como o prestado por um intérprete de Libras, para auxiliar esse grupo de pessoas;
  • Adaptações em veículos: categoria dos recursos e equipamentos que permitem a condução de um veículo por uma pessoa com deficiência.

Categorias de tecnologia assistiva

A divisão por categorias serve para orientar melhor a formação de profissionais, facilitar as pesquisas nos temas e a organizar serviços e produtos para as pessoas com deficiência.

Professora explicando o conceito de educação assistiva aluna com seus estudos.
pexels.com

Em suma, Tecnologias assistivas são um conhecimento aplicado, um recurso, uma ferramenta, uma prática, uma metodologia, uma forma de fazer que possibilita ou auxilia a realização de uma tarefa pretendida.

Ou seja, facilitar atividades do cotidiano, como a preparação de alimentos, a mobilidade, a comunicação, o exercício profissional, a educação e a prática de esportes.

Ela estará sempre vinculada ao desempenho de uma função, e, para dizer se algo é ou não é tecnologia assistiva, nós devemos nos perguntar a quem ela se destina.

Isso pois ela é um recurso do seu usuário: a pessoa com deficiência, os idosos, uma pessoa com mobilidade reduzida ou que possui alguma grande dificuldade de desempenhar uma tarefa pretendida.

O mais importante é que pessoas com deficiência tenham algum recurso acessível para não serem discriminadas ou prejudicadas em suas atividades do cotidiano.

Exemplos de tecnologia assistiva

Os recursos de tecnologia assistiva já estão inseridos no nosso cotidiano ao ponto de, às vezes, passarem despercebidos. 

É comum nem percebermos que alguns recursos podem oferecer a quebra de barreiras em um ambiente, para que pessoas tenham igualdade de acesso e consigam usufruir de suas potencialidades.

O despertador que vibra para uma pessoa com deficiência auditiva, o recurso de transferência para ajudar uma pessoa com deficiência a sair de sua cama e passar para a sua cadeira de rodas, a própria cadeira de rodas, uma rampa de acesso, uma porta que abre automaticamente quando alguém se aproxima. Tudo isso é tecnologia assistiva.

É preciso que exista cada vez mais comprometimento de empresas, escolas e do Poder Público em prol de oportunidades iguais para pessoas com deficiência através do uso de tecnologias assistivas.

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Tecnologia assistiva na educação

A política brasileira de educação especial na perspectiva inclusiva não é bastante avançada. 

Isso significa que temos que nos aprofundar muito, principalmente no que diz respeito à formação dos profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que deverão ser especialistas em tecnologia inclusiva, sabendo reconhecer e identificar os problemas funcionais, as barreiras do contexto e trabalhar para superá-las.

Fazer tecnologias assistivas é ter criatividade e conhecimento para resolver dificuldades funcionais dos alunos com deficiência no contexto educacional e promover condições de acesso, participação e, como consequência, de aprendizagem.

Rapaz pesquisando sobre tecnologias assistivas no notebook.

pexels.com

As escolas do país têm um papel fundamental no estímulo ao cotidiano de uso de recursos de tecnologia assistiva. É importante que os professores se especializem no assunto e tenham criatividade.

Independentemente da área de formação ou atuação da pessoa, seja licenciatura, gestão, ou pedagogia, ela pode atuar nessa área.

Mesmo tendo abertura para diferentes formações profissionais, os desafios da tecnologia assistiva são grandes, pois ainda existe uma carência de pessoal para trabalhar com ela.

Assim, a demanda crescente pede cada vez mais profissionais atuando na pesquisa e no desenvolvimento.

A importância dos recursos de tecnologia assistiva em sala de aula

As tecnologias para deficientes são interdisciplinares e devem servir à pessoa com deficiência que necessita desempenhar funções do cotidiano de forma independente. 

Ela ajuda toda a sociedade a existir de maneira mais democrática, justa e com menos preconceitos, inclusive na educação.

Atualmente, nós temos um universo de estudantes ingressantes nas instituições de ensino que vem crescendo e que carece de recursos de tecnologia assistiva para estarem em igualdade de condição.

Através da tecnologia inclusiva, as pessoas com deficiência tomam seu lugar de direito e são elas que apontam em que devemos melhorar e em quais sentidos precisamos mudar no sentido de prover um ambiente acessível e uma sociedade inclusiva.

Por isso, é muito importante a utilização da tecnologia assistiva na educação, para que a inclusão seja de fato alcançada.

Assim, com as tecnologias assistivas na educação, é possível alcançar:

  • Mais igualdade entre os estudantes;
  • Melhor fixação dos conteúdos por parte dos estudantes que necessitam dessas tecnologias;
  • Mais harmonia em sala de aula, pois todos estarão integrados; entre diversos outros benefícios.

3 exemplos de tecnologia assistiva na educação

Abaixo, listamos 3 exemplos de tecnologia assistiva que podem ser utilizados e personalizados em sala de aula com muita facilidade. Confira!

Dosvox

O Dosvox é um programa destinado às pessoas portadoras de deficiência visual, portanto, uma tecnologia assistiva para cegos

Ele é um sistema para computadores que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso de computadores por deficientes visuais.

Isso gera um alto grau de independência no estudo e no trabalho.

Além disso, o programa também disponibiliza jogos que permitem que os usuários utilizem dos outros sentidos, especialmente a audição, para completar tarefas, como desviar dos carros em uma rua pelo barulho que eles fazem em cada faixa.

Cartoon de um jovem com deficiência visual usando computador como auxílio. Exemplificando o aplicativo Dosvox, tecnologia assistiva para cegos.

intervox.nce.ufrj.br

No sistema Dosvox, a comunicação homem-máquina é muito mais simples que a de outros sistemas. Ele leva em conta as especificidades e as necessidades de seu público-alvo. 

Ao invés de simplesmente ler o que está na tela, o Dosvox estabelece um diálogo amigável, através de programas específicos e de interfaces adaptativas.

Isso o torna insuperável em qualidade e em facilidade de uso para as crianças e adolescentes usuários do sistema.

Grande parte das mensagens usadas no Dosvox é feita com voz humana, deixando o prazeroso mesmo se for utilizado por um tempo bem prolongado.

Então, em sala de aula, este programa pode facilmente ser utilizado para que os alunos realizem pesquisas na internet, naveguem online ou façam uso da gamificação.

VLibras

O software VLibras é uma tecnologia assistiva para surdos. Para viabilizar o acesso de pessoas surdas aos conteúdos de computadores, dispositivos móveis e plataformas web, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em parceria com a Universidade Federal da Paraíba, lançou este software.

Aplicativo VLibras, tecnologia assistiva para surdos.

images.google

Ele é um tradutor de conteúdo digital para a língua brasileira de sinais Libras. A solução reduz barreiras de comunicação e amplia o acesso à informação de milhões de pessoas com deficiência auditiva no país.

É um software muito interessante e que vale a pena ser conhecido. Foi elaborado em código aberto e está disponível no Portal do Software Público Brasileiro.

Essa é uma excelente forma de integrar a sua turma, permitindo que vídeos, por exemplo, possam ser vistos com mais facilidade, já que, em vez de uma legenda gerada automaticamente, haverá uma tradução em libras, facilitando especialmente para os não alfabetizados.

Expressia

O Expressia é um aplicativo acessível e gratuito desenvolvido para ajudar na comunicação de pessoas não verbais, sendo uma importante tecnologia educacional. Além disso, ele também auxilia pessoas com dificuldades cognitivas.

Por isso, este programa é uma excelente tecnologia assistiva para autismo

Aplicativo Expressia tecnologia assistiva  para ajudar na comunicação de pessoas não verbais. Ajuda alunos com autismo ou pessoas com dificuldades cognitivas.

expressia.life

Ele é totalmente personalizável e muito fácil de ser usado. Em questão de segundos, seu usuário consegue criar cartões com figuras, textos, voz e até mesmo músicas. 

Esses cartões podem ser organizados em sequência para expressar as ideias e pensamentos de seu usuário numa ordem lógica.

Por isso, o Expressia é uma ótima ferramenta para profissionais da reabilitação e da educação inclusiva, sendo indicado para auxiliar alunos com Autismo, Alzheimer, dentre outros acometimentos.

Conclusão

Metodologias ativas podem ter outras formas de adaptar o ensino para um aluno de inclusão. O uso de tecnologia assistiva em salas de aula, como você deve ter percebido, é certamente uma delas.

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