A avaliação formativa é parte importante do processo de ensino-aprendizagem. Todavia, muitos não entendem o seu papel e nem como aplicá-la.

Por isso, neste artigo, além de clarificar o que é avaliação formativa, veja 7 exemplos incríveis de como utilizar em sala de aula!

Boa leitura.

Descubra como escolas particulares estão inovando com o plantão de dúvidas on-line, convite para clicar no banner

O que é avaliação formativa?

O conceito de avaliação formativa é um processo contínuo e sistemático que visa monitorar e melhorar o desempenho dos alunos.

Ela se concentra em fornecer feedback contínuo aos alunos para que possam entender seus pontos fortes e fracos e, assim, melhorar seu aprendizado. 

Por isso, ao contrário da avaliação somativa, que é usada no final de um período de aprendizado, a avaliação formativa é usada durante todo o processo.

A avaliação formativa pode ser realizada de várias maneiras, incluindo testes, projetos, trabalhos em grupo, discussões em sala de aula. Ou seja, esse tipo de avaliação não é feito com uma “prova”.

Logo, justamente por ter esse caráter diferenciado, ela também é conhecida como “avaliação formativa alternativa”. Isso se dá porque:

  1. Ela tem o objetivo de perceber as lacunas e pontos fortes dos alunos a fim de que o ensino seja adaptado às necessidades;
  2. Não ocorre apenas para avaliar o desempenho do aluno como as demais;
  3. Foca no feedback contínuo.

Qual a diferença entre avaliação diagnóstica, formativa e somativa?

Essas avaliações são todas importantes no processo de ensino-aprendizagem e ocorrem como em um cronograma, em uma linha do tempo.

Avaliação diagnóstica

Na primeira parte dessa linha está a avaliação diagnóstica, que, como o nome diz, diagnostica as lacunas de aprendizagem do estudante.

Ela é feita no começo do ano letivo para que os professores entendam os pontos fortes e fracos das turmas e trabalhem melhor com elas a partir disso.

Avaliação formativa

Em seguida, há a avaliação formativa, que, diferente da diagnóstica, não busca apenas entender as lacunas, mas trabalhar em cima delas.

É por meio das avaliações formativas que são realizadas mudanças nos conteúdos e processos de aprendizagem e elas devem ocorrer durante todo o processo de aprendizagem.

Avaliação somativa

Por último, a avaliação somativa ou sumativa ocorre no final de um ciclo de aprendizagem, seja o semestre, bimestre ou ano letivo.

O objetivo da avaliação somativa é verificar o nível de aprendizagem do aluno ao longo daquele período, ou seja, a eficácia do ensino.

Para facilitar a compreensão, veja a tabela abaixo:

Diferença entre avaliação diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa

Qual o objetivo da avaliação formativa?

A avaliação formativa tem como objetivo coletar informações e dados sobre o processo de aprendizagem dos estudantes de forma contínua e com o intuito de fornecer feedbacks contínuos.

Sendo assim, o principal objetivo da avaliação formativa é contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. 

Isso pois ela permite que os professores identifiquem as dificuldades dos estudantes em tempo real.

Dessa forma, os docentes conseguem adaptar e modificar suas práticas pedagógicas para melhor atender às necessidades dos alunos.

Por exemplo, durante uma avaliação formativa gamificada através do quizziz, o professor percebe que muitos alunos erraram uma questão relativamente fácil.

Então, ele pode tomar as seguintes ações com base nessa avaliação:

  • Dar um feedback aos alunos para eles focarem nesse ponto;
  • Revisar um conteúdo;
  • Mudar a estratégia pedagógica.

Esse é só um exemplo do potencial da aprendizagem formativa.

7 exemplos de avaliação formativa

A avaliação formativa é diferente de uma prova tradicional, por isso, pode ser utilizada com diferentes instrumentos avaliativos. Veja 7 exemplos de avaliação formativa em seguida:

1 Seminário

Realizar seminários é um exemplo de avaliação formativa bem clássico e eficiente.

Em um seminário, o aluno aprende bastante pois ele mesmo precisa pesquisar e montar os seus slides para apresentar para a classe.

Então, durante essa pesquisa e o tempo de treino para a apresentação, o estudante desenvolve muito seu conhecimento e habilidades de oratória.

Entretanto, um dos desafios do uso de seminários como avaliação é a alta chance de alguém do grupo fazer todo o trabalho sozinho. Para resolver isso, é possível trabalhar o seminário fazendo 3 tipos de avaliação para que ele seja de fato formativo, veja o passo a passo abaixo:

Divisão de grupos

Ao dividir os grupos, não faça grupos muito grandes, sendo esses de no máximo 4 alunos. Isso porque quanto maior o grupo, maior a chance de alguém ficar com tarefas pequenas ou sem fazer nada.

Oriente os alunos que todos devem falar e que:

  • Não podem brigar na hora da apresentação (acontece muito);
  • Não podem ficar lendo os slides;
  • Os slides não devem ter muito texto;
  • Não podem ficar lendo uma “colinha”;
  • Todos devem participar na construção do trabalho.

Aqui já vai se avaliar a capacidade de trabalho em equipe das turmas.

Avaliação dos que assistem

Uma das atribuições do grupo é fazer uma pequena atividade, um pequeno questionário que deve ir sendo preenchido pelos alunos ouvintes enquanto eles apresentam o seminário.

Pode ser feito com perguntas simples envolvendo preencher um pedaço de uma frase ou até mesmo escolher uma alternativa correta.

Dessa forma, todos os alunos ouvintes também estarão sendo avaliados em suas capacidades de absorção do conteúdo.

Avaliação do seminário

Neste aspecto, a apresentação é avaliada. Para evitar a subjetividade, é importante ter critérios bem definidos e que sejam apresentados ao grupo antes mesmo da apresentação, por exemplo:

Modelo de avaliação de seminários

Modelo de avaliação em um seminário como avaliação formativa

Cada aluno deve ser avaliado individualmente, bem como em grupo. Por isso todas essas avaliações são necessárias.

Lembre-se que o foco é o feedback para o estudante, logo é preciso fazer essa avaliação formativa com calma e empatia pelo estudante.

Autoavaliação

Após a apresentação, cada integrante do grupo responderá a um pequeno questionário avaliando a si mesmo e seus colegas segundo o modelo abaixo:

modelo de autoavaliação de seminário em grupo como avaliação formativa

Cada um vai preencher o seu e não precisam informar quem é ele, mas ele deve dar notas a todos, inclusive ele mesmo.

Isso vai manter o anonimato e fazer ser mais fácil para os colegas darem notas uns aos outros sem o medo de retaliação.

Dessa forma, é possível fazer uma avaliação mais completa de cada estudante, uma vez que o que é apresentado em sala de aula não é o todo.

2 Gamificação

Outro exemplo de avaliação formativa é usando a gamificação. Ela pode ser utilizada tanto como gamificação estrutural quanto como gamificação da atividade.

Gamificação da atividade

Esse tipo de gamificação pode ser utilizada como avaliação formativa de um assunto mais pontual. 

Por exemplo, se o professor quer entender o quanto os alunos estão sabendo utilizar os elementos de coesão na redação, ele pode utilizar um quizizz para ver o desempenho dos alunos neste aspecto e, assim, dar um feedback imediato.

A facilidade de avaliar é uma das coisas que torna a gamificação atrativa, pois plataformas como quizizz e kahoot, por exemplo, já dão todos os detalhes sobre o desempenho, como:

  • Média geral da turma;
  • Acurácia em cada questão;
  • Desempenho individual.

Isso permite identificar facilmente os pontos fortes e fracos dos alunos e, dessa forma, trabalhar em cima deles.

atividade no quizizz como uma forma de avaliação formativa

Os jogos também fornecem um feedback imediato chamado “feedback loop” que deixa mais desafiador para os alunos que estão indo bem e facilita para os com mais dificuldade.

Dessa forma, mesmo os que estão para trás têm chances maiores de alcançarem os primeiros lugares.

Jogo Naruto da Redação colocando a gamificação como avaliação formativa
Jogo Naruto da redação.

Gamificação estrutural

Outra forma de usar a gamificação como avaliação formativa é usando a gamificação estrutural.

Ela tem esse nome justamente por envolver toda a estrutura de curso e não apenas uma única atividade.

Nesse modelo, o estudante precisa cumprir desafios e bater metas para que ganhe prêmios que podem ser:

  • Badges, ou seja, emblemas, como se fosse uma medalha, que podem ser reais ou do jogo.
  • Pontos que podem ser trocados por prêmios fornecidos pela escola;
  • Itens de customização de seu personagem e mais.

Isso permite fazer uma avaliação formativa interessante porque os alunos que estiverem com lacunas não vão conseguir tantas conquistas, tornando fácil para o professor perceber no que intervir.

Para facilitar esse processo, existem softwares de gamificação estrutural como o ClassCraft e o ClassDojo que permitem, entre outras coisas, a criação e customização do personagem.

É possível também propor desafios para a classe.

Em suma, na gamificação estrutural mecânicas de aprendizagem, esforço e ganho devem ser utilizadas com toda a turma ao longo do período letivo.

Banner oferecendo o Guia das Metodologias Ativas para escolas gratuitamente. Podendo auxiliar na aplicação de rotações de estações de aprendizagem.

3 Pesquisa

Pedir uma pesquisa aos alunos é também uma excelente forma de fazer uma avaliação formativa. 

Durante a pesquisa, os estudantes aprendem coisas novas.
Entretanto, devido às inteligências artificiais e facilidades para um aluno forjar um texto, é necessário criar atividades diferenciadas para que não seja apenas uma fraude escrita pelo chatGPT.

Algumas sugestões são as seguintes:

  • Pedir que a pesquisa seja feita em sala de aula, o que permite, inclusive observar melhor os estudantes;
  • Solicitar que a pesquisa seja feita manuscrita, mesmo que seja uma forma arcaica;
  • Elaborar perguntas que não estão disponíveis na internet e que seriam difíceis de serem respondidas por AI;
  • Pedir que a base de pesquisa sejam livros específicos.

Na pesquisa, é possível avaliar o conteúdo e a capacidade argumentativa do estudante, sendo essa uma boa avaliação formativa.

4 Rotação por estações

A rotação por estações é uma metodologia ativa de aprendizagem que pode ser utilizada como uma excelente avaliação formativa.

Na rotação por estações, os alunos passam por um circuito com estações de atividades, cada uma tem uma atividade diferente em volta de um tema central.

Nenhuma estação pode ser pré-requisito da outra, já que os alunos começam cada um em uma estação diferente.

Cada estação deve ter cerca de 15 minutos e os grupos não devem ter mais que 7 pessoas.

Rotação por estações como avaliação formativa
o professor supervisiona todos os grupos que mudam a cada 15 minutos

Veja um exemplo de rotação por estação e como cada estação estará contribuindo para a avaliação formativa:

Tema: operadores argumentativos (português)

Estação 1

Os estudantes vão ler um texto que tem vários operadores argumentativos, mas alguns deles estão errados. A missão deles será encontrar os conectivos errados, justificar o motivo e dizer qual seria o mais adequado.
O que será avaliado: não só o conteúdo de coesão, mas também a capacidade argumentativa e a percepção dos estudantes.
Dessa forma, o professor consegue dar um feedback imediato aos alunos antes mesmo de irem para a próxima estação.

Estação 2

Nesta estação, os alunos vão jogar um game no quizizz sobre os operadores argumentativos, tendo que colocar as opções corretas. O vencedor (o que fizer mais pontos) ganha um chocolate!
Com o game, é possível ver exatamente quais os tipos de operadores argumentativos que confundem mais os alunos e, assim, bolar uma estratégia para trabalhar em cima deles.

Além disso, o game fornece feedback imediato aos estudantes.

Estação 3

Aqui é um momento de produção textual, mas uma produção diferente! A missão dos estudantes é reformar um texto que está pouco coeso e sem operadores argumentativos.

Desse modo, além do conteúdo, é possível avaliar coisas como: interpretação de texto, raciocínio lógico e até repertório sociocultural. 

Isso faz da rotação por estações uma forma de avaliação formativa bem dinâmica, já que avalia diversas coisas simultaneamente.

Esse esquema é para uma aula de 45 minutos. Em caso de aulas duplas, é possível criar mais uma ou duas estações, sempre de acordo com as necessidades da turma.

5 Aprendizagem baseada em problemas

Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem-based Learning – PBL) é uma metodologia ativa de ensino que utiliza problemas e casos reais como ponto de partida para a aprendizagem.

Ela pode ser uma ferramenta muito eficaz para avaliação formativa, pois permite que os alunos trabalhem em um ambiente de aprendizagem ativo e colaborativo. 

Dessa forma, ao trabalhar em grupos, os alunos podem compartilhar conhecimentos e habilidades, levando a uma melhor compreensão do conteúdo.

Para que a aprendizagem baseada em problemas seja uma avaliação formativa eficaz, é importante que os problemas fornecidos sejam relevantes e desafiadores o suficiente para estimular os alunos. 

Além disso, os problemas também devem estar alinhados com os objetivos de aprendizagem e as competências que os alunos estão sendo avaliados.

Em suma, usar essa metodologia ativa de aprendizagem é uma ótima maneira de aplicar uma educação formativa, pois, além de aprenderem enquanto aplicam, o professor consegue dar feedbacks ao longo de todo o processo.

Metodologias Ativas para aumento do desempenho escolar!

Alunos mais engajados, interessados e com melhor compreensão do conteúdo? Baixe nosso guia completo.

6 Encenação

Uma estratégia clássica que é muito divertida para os estudantes, mas que sofre preconceito por parte dos professores com os alunos mais velhos.

Pedir aos alunos que montem uma encenação é uma excelente forma de aplicar uma avaliação formativa dinâmica e divertida.

A encenação pode ser de:

  • Um evento histórico;
  • Uma situação em que se aplique um conceito aprendido;
  • Uma personalidade;
  • Um poema; 
  • Um problema etc.

Com uma encenação, é possível aplicar uma educação formativa bem divertida em que são avaliadas a compreensão do conteúdo e a desenvoltura do estudante.

7 Monitoria online

A monitoria online é um excelente exemplo de avaliação formativa porque o ensino é personalizado e o monitor/ tutor constrói o conhecimento com o aluno.

Na monitoria online no TutorMundi, o estudante pode tirar suas dúvidas, ter reforço escolar e acompanhamento pedagógico direto do celular na hora que ele precisar.

Desse modo, o estudante não fica empacado nas suas dúvidas e consegue avançar.

Como todos os atendimentos ficam registrados, é possível ter excelentes relatórios para uma avaliação formativa, incluindo:

  • As maiores dificuldades dos estudantes;
  • Dúvidas frequentes;
  • Tópicos mais solicitados;
  • Matérias com mais dificuldades.
dados do TutorMundi que auxiliam na avaliação formativa

Assim, o professor pode analisar esses relatórios e tomar decisões pedagógicas mais assertivas como:

  • Revisão do conteúdo com dificuldade;
  • Avançar para conteúdos mais complexos se não há dúvidas;
  • Propor reforço escolar; 
  • Passar exercícios para serem resolvidos na monitoria etc.

Dessa forma, uma educação formativa pode ser feita de forma bem eficiente com o uso de dados educacionais (learning analytics).

Conclusão

Avaliações formativas são importantes para desenvolver os estudantes ao seu máximo e ajustar os métodos de ensino às necessidades dos alunos.

Veja com o TutorMundi pode ajudar nas avaliações formativas em sua escola, faça um teste grátis conosco!

Referências

Uma teoria da avaliação formativa

Avaliação formativa: novas formas de aprender e ensinar