O ensino híbrido é uma excelente forma de modernizar o ensino. O conceito, que foi popularizado com a pandemia, utiliza a tecnologia para aumentar a eficiência de práticas pedagógicas e engajar o aluno no aprendizado.

Para colocar o ensino híbrido em prática, é necessário conhecer as atividades e elaborar estratégias para adequá-las à realidade de cada escola.

Neste texto vamos apresentar algumas atividades do ensino híbrido e mostrar o caminho para aplicá-las na prática.

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6 Atividades do ensino híbrido

Classificamos alguns exemplos de práticas pedagógicas mediadas pela tecnologia para ajudar a compreender como seu uso acontece no contexto da sala de aula de uma escola conectada.

Aula com rotação por estação

O modelo de Rotação por estações é uma das abordagens de ensino híbrido mais populares, utilizada por professores há décadas, principalmente no ensino fundamental.

Esse modelo permite que os estudantes revezam entre estações em uma agenda de tarefas fixa estabelecida pelo professor, que pode trabalhar com grupos específicos de estudantes.

Desta forma, o aluno terá a experiência de estudar o conteúdo de diversas formas diferentes e aproveitar o melhor de cada atividade.

O que qualifica essa abordagem como um modelo híbrido é quando ao menos uma dessas estações é realizada de forma on-line.

1. Planejamento das atividades

Antes de aplicar o modelo híbrido de rotação por estações em sua aula, elabore um planejamento com todas as etapas para realizar a atividade.

Uma maneira fácil de começar com este modelo é definir um dia na semana para fazer as estações.

A definição do tempo de duração, formato de rotações e número de estações pode ser definida pelo professor, de forma a se adaptar à realidade de sua turma.

O objetivo é que os alunos rotacionem de forma integrada para evitem a perda de quaisquer conteúdos e sejam capazes de conectar os aprendizados com a lição final.

2. Divida a turma por estações

Suponhamos que, em uma aula de Ciências para o 6º ano, os alunos estão estudando o sistema nervoso. O educador divide a turma em três equipes, com grupos de alunos de números equivalentes.

Na primeira estação, os estudantes pesquisam em livros didáticos da disciplina as principais características do cérebro humano, destrinchando em tópicos escritos em seus cadernos as anotações que considerarem importantes.

Na segunda, o grupo de alunos pode pesquisar em seus próprios celulares ou nos livros didáticos modelos de sistema nervoso. Posteriormente, cada um escolhe uma parte que chamar atenção e faz um desenho de modelo, adicionando características principais.

Por exemplo: desenhar um neurônio e escrever ao lado qual a funcionalidade dele no sistema.

O terceiro grupo vai assistir a vídeos no Ambiente Virtual de Aprendizagem sobre a diferença entre o sistema nervoso central e o periférico e responder uma avaliação logo após os vídeos.

3. Compartilhamento do aprendizado

Em um momento final, os alunos vão concluir e aplicar o seu trabalho e pesquisa feitos nas três primeiras estações.

A proposta é que eles se dividam em grupos para compartilhar suas anotações e utilizem a plataforma Canva ou alguma outra de edição para criar uma postagem sobre o sistema nervoso de forma informativa, que será publicado em um Instagram fictício sobre o corpo humano.

Dessa forma, o grupo pode debater entre si e produzir um conteúdo coletivamente, utilizando-se de um recurso digital. Este momento pode ser realizado tanto em laboratório de informática como enviado em formato de trabalho para casa.

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Debate Virtual

Um dos pilares do ensino híbrido é o engajamento dos estudantes através de estratégias que estimulem a aprendizagem ativa, a capacidade de se comunicar e argumentar. 

Essa habilidade está relacionada ao desenvolvimento de competências socioemocionais, muito almejadas pelas propostas da BNCC para a educação brasileira.

Nesse sentido, a atividade Debate Virtual proporciona uma ótima experiência de aprendizado ativo, incentivando o pensamento crítico dos estudantes através de temas complexos do cotidiano.

Ilustração mostrando uma das atividades do ensino híbrido: debate virtual

1. Pesquisa do tema

Peça para estudantes pesquisarem, em casa ou no laboratório de informática, palestras de especialistas sobre um tema.

A escolha do tema deve levar em conta assuntos que tendem a ser polarizados, de modo a trazer alguma polêmica para o debate.

Trazemos como exemplo três temas, que podem ser alinhados em diversas disciplinas escolares: mudanças climáticas, teoria evolucionista e desastres ambientais.

A pesquisa pode ser feita no YouTube, em TED Talks ou em qualquer outro site que ofereça palestras sobre temas variados.

2. Monte os grupos do debate

Depois que os alunos encontrarem a palestra e detectarem o ponto de vista do especialista, divida a turma em dois grandes grupos heterogêneos.

A ideia é que cada grupo defenda um posicionamento, pró e conta o posicionamento já apresentado pelo palestrante. 

Após a divisão dos grupos, proponha que cada equipe faça uma boa pesquisa que os permita defender com propriedade teórica o ponto de vista que foi apresentado.

3. Comece o debate

Em sala de aula, organize o espaço para que se inicie o debate. O ideal é que o professor se informe previamente dos assuntos e seja o mediador do debate, a fim de organizar a ordem de fala dos alunos.

A partir deste momento, cada aluno poderá defender seu ponto de vista sobre o tópico apontado pelo professor. Depois, um aluno do grupo contrário poderá responder o colega, organizando seus argumentos.

Essa proposta de aprendizado é apropriada para alunos do ensino médio e superior e os ajudará a desenvolver habilidades de pensamento crítico, raciocínio lógico e argumentação persuasiva.

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Dublagem criativa

A Dublagem Criativa é uma atividade que estimula a criatividade para recriar falas de personagens em vídeos. Os alunos treinam a escrita narrativa e a aula ganha dinamismo e engajamento.

O suporte digital permite atividades com vídeos e áudios que favoreçam a conversação. Dessa forma os alunos conseguem identificar a aplicação dos conceitos estudados na linguagem.

Ilustração mostrando uma das atividades do ensino híbrido: dublagem criativa

1. Definição dos grupos

Reúna os alunos em grupos de duas a três pessoas e peça para que eles busquem na internet vídeos de cenas de filmes ou séries.

Um detalhe: os vídeos devem ser assistidos sem som nem legendas. Nesse caso, o idioma original do vídeo não é importante.

Em grupo, os alunos devem criar um diálogo para a cena utilizando o conteúdo trabalhado na disciplina como base para construção da narrativa, tendo o vídeo como inspiração.

2. Apresentação para a turma

Em sala de aula, reproduza o vídeo sem som, enquanto os alunos dublam as cenas com os diálogos que eles criaram.

Ao final da primeira rodada de apresentações, troque os vídeos entre os estudantes e peça para que eles criem novas falas para os vídeos escolhidos pelos colegas.

Como sugestão, peça para que os estudantes apliquem o conteúdo de outras matérias na construção do diálogo, incentivando assim a interdisciplinaridade

Essas atividades do ensino híbrido pode ser realizada tanto presencialmente quanto em aulas remotas.

Sala de aula Invertida na prática

O modelo de sala de aula invertida, conhecido também como flipped classroom, é citado por educadores como uma alternativa ao formato tradicional de aulas expositivas, no qual o professor, em sala, introduz maior parte do conteúdo para os alunos, que o exercitam sozinhos em casa.

Na sala de aula invertida, o estudante recebe o conteúdo anteriormente, através de recursos virtuais, e leva suas principais dúvidas para debater com os outros alunos e com o professor.

Dessa maneira, a aula passa a ser um momento de interação entre professor e estudantes, reservado para construir as atividades em grupo e sanar as dúvidas levantadas pela turma.

1. Estudando em casa

Para a atividade em casa, os alunos recebem vídeos de 5 a 10 minutos, apresentados pelos próprios professores, sobre o assunto da próxima aula. Os professores pedem aos alunos que preparem seis questões baseadas no conteúdo estudado.

Quando os alunos chegam à aula no início da semana, eles sabem exatamente o que vão estudar e vêm preparados com uma compreensão básica do tema, prontos para mergulhar de cabeça no conteúdo.

2. Aprofundamento do conteúdo em sala

Durante a aula, os alunos, em grupos, aprofundam o assunto, com o professor disponível para orientar e apoiar.

No final da aula, os alunos pegam tópicos individuais, que os levam a pensar criticamente sobre a matéria que estão explorando. 

Um dos principais desafios ao aplicar essa metodologia é o contato com o conceito sem o acompanhamento do professor. Algumas ferramentas se tornam especialmente relevantes nesse contexto, como a tutoria digital

Este tipo de serviço tem como o objetivo apoiar o aprendizado dos estudantes em casa através de tutores disponíveis a qualquer momento, otimizando a prática e disponibilidade do professor na sala de aula presencial. 

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Podcasts

O podcast é um formato midiático que tem ganhado cada vez mais destaque. Com a popularização de plataformas de streaming, o podcast ganhou novos usuários no mundo todo.

A produção de podcasts não exige muitos recursos, podendo ser realizada com celular, e é uma ótima forma de atividade em ensino híbrido.

1. Apresente a mídia

Converse com os seus alunos sobre consumo de informação. Pergunte como eles costumam se informar e introduza o podcast para aqueles que ainda não conhecem.

Peça para que os alunos pesquisem exemplos de podcasts que achem interessantes como referência. Eles devem levar três opções.

Além disso, apresente os diversos tipos de podcasts para a turma toda e deixe que os alunos escolham aqueles que mais gostam.

Divida a turma em grupos de 3 a 4 alunos. Cada grupo será responsável por gravar um episódio de até 10 minutos.

2. Preparação e roteiro

Defina um tema principal que deve guiar a produção do podcast e peça para que os grupos desenvolvam um roteiro para o programa.

Os temas podem ser conceitos trabalhados em sala de aula ou algo completamente novo:

  • Falar sobre diferentes épocas da história
  • Avaliar movimentos da história da arte
  • Explorar a obra de determinado autor

Eles devem se aprofundar no tema para poder montar esse roteiro.

3. Gravação e edição

Para gravar, os estudantes podem utilizar o celular ou computador, com os recursos próprios ou disponíveis na escola.

Nesta etapa, é importante trazer noções básicas para a qualidade do áudio, como gravar em um ambiente sem ruídos, sem vento e com uma distância correta do microfone.

Com aplicativos como o Anchor, Podbean e Audacity, eles podem facilmente editar os áudios e vídeos. Considere contar com o apoio de professores de informática da escola, caso haja disponibilidade.

4. Compartilhe com a turma

Depois que os programas estiverem prontos, peça para os alunos publicarem o podcast em alguma plataforma gratuita, como o Soundcloud, e compartilharem entre os colegas.

Em sala de aula, peça para que os grupos apresentem seu podcast e contem quais as maiores dificuldades, o que aprenderam e o que mais gostaram no trabalho.

Galeria de Arte Virtual

Incentive seus alunos a criar uma galera de arte virtual com essa abordagem de aula online.

Use o ensino híbrido para promover uma experiência de pesquisa artística entre seus alunos. Com a plataforma Google Arts&Culture, 

1. Seleção prévia

Selecione alguns artistas nacionais e internacionais. Ao passar os artistas para os alunos, dê um contexto para que eles saibam a razão dessa escolha.

2. Monte as equipes

Divida sua turma em equipes. Cada grupo receberá a tarefa de pesquisar dois artistas escolhidos.

Para orientar essa pesquisa, crie um documento compartilhado com cada grupo e insira um checklist daquilo que os alunos devem pesquisar sobre os artistas.

3. Acompanhamento e sugestão

Acompanhe o andamento das pesquisas no Documento compartilhado entre o grupo. Faça comentários e dê sugestões de melhorias aos integrantes do grupo.

4. Crie a Galeria de Arte

Crie uma apresentação compartilhada no google drive com todos os grupos, e peça para que cada grupo coloque o material pesquisado em uma página.

Além disso, cada grupo organiza da forma os resultados da pesquisa da forma que achar melhor para contar a narrativa do trabalho.

5. Socializar e compartilhar

Em sala de aula, socialize o resultado das pesquisas entre os alunos e promova um debate sobre os principais desafios da atividade. Ao final, publique o site e peça aos alunos que compartilhem.

Conclusão

Atividades do ensino híbrido é sobre criar um espaço flexível em que o estudante tem uma experiência de aprendizagem personalizada e assume uma posição ativa em relação ao seu próprio conhecimento.

Entretanto, antes de aplicar as metodologias de ensino híbrido, é importante que o educador entenda quais os seus efeitos diretos e possibilidades de aplicação para cada contexto educacional.

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Fontes

Modelos de Ensino Híbrido

8 Terrific Blended Learning Strategies and 3 Fun Projects to Try