Nos últimos tempos, a questão do Bullying se tornou muito preocupante pois tem desencadeado vários episódios de violência nas escolas. Por isso, entender como combater o Bullying e o Cyberbullying nas escolas é crucial para garantir a segurança dos jovens, além de evitar a evasão escolar.
Além disso, em um ambiente sem violência física ou verbal, as crianças conseguem aprender melhor por se sentirem mais seguras.
Logo, é importante combater Bullying e Cyberbullying nas escolas. Veja como neste artigo! Boa leitura.
O que é Bullying?
Bullying é uma forma de violência física ou psicológica, intencional e repetitiva, que ocorre entre pessoas em diferentes contextos, especialmente nas escolas.
Ou seja, é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outros, causando dor, angústia e sofrimento.
Essa prática acontece de forma direta, indireta e psicológica.
A forma direta envolve:
- Agressões físicas que acontecem fora da escola ou em locais escondidos na instituição, como nos banheiros;
- Roubo de pertences, como materiais escolares e dinheiro;
- Assédio sexual, como apalpar seios ou nádegas.
A forma indireta envolve:
- Agressões verbais em que um aluno ofende o outro constantemente, normalmente atacando aspectos físicos da pessoa;
- Ameaças dizendo coisas como “vou te bater no portão da escola” ou “se eu te ver na rua eu te mato” ou ameaçando roubar ou destruir coisas importantes para a criança, como materiais escolares ou dinheiro do lanche;
- Intimidações em que a criança constantemente diminui o outro;
- Isolamento social, pois quem pratica bullying, muitas vezes, tem um espírito de liderança e consegue fazer com que todos os outros da classe isolem a pessoa;
- Apelidos cruéis conhecidos pelos alunos da turma.
Por último, a psicológica envolve as consequências de tudo isso.
Por isso, a escola precisa ter um grupo de monitores bem treinado para combater esse tipo de prática.
O que é Cyberbullying nas escolas?
Cyberbullying é o Bullying feito de forma digital, ou seja, é uma violência psicológica realizada de forma constante e intencional.
O Cyberbullying nas escolas vai acontecer em locais que a instituição não tem controle, como:
- Instagram, com comentários negativos nas fotos e mensagens intimidadoras no direct;
- Grupos de whatsapp das turmas, já que muitas vezes o cyberbullying é direcionado aos próprios colegas de turma;
- TikTok, com compartilhamento de vídeos desmerecendo a pessoa;
- Twitter, normalmente usando perfis fakes humilhando os colegas online.
Veja como combater essa prática mais adiante.
Quais os sinais que uma criança sofre bullying e cyberbullying?
Muitas vezes, as crianças que sofrem bullying não são percebidas pelos professores porque elas já eram naturalmente mais quietas. Entretanto, são alguns dos sinais de bullying que podem ser percebidos por professores e funcionários da escola:
- Isolamento social – a criança fica muito isolada na sala, sem conversar com ninguém. Isso pode acontecer em grupos também, pode ser que tenha 2 ou 3 alunos que ficam isolados na sala, mas fazem um grupo deles;
- Mudança de atitude – por exemplo, a criança era sociável, mas, de repente, para de sorrir tanto e de falar com os outros;
- Mudanças bruscas de humor – uma criança que sofre bullying pode ter surtos de tristeza, ansiedade ou até mesmo raiva;
- Piora do rendimento escolar – um aluno que não se sente bem na turma, vai ter dificuldade em estudar;
- Falta de atenção na aula – se a criança estiver muito aérea, com o olhar distante, isso também pode ser um sinal de bullying;
- Faltas constantes – como a escola é o local onde o agressor está, é comum que o aluno falte para não encontrar quem o agride;
- Exclusão das redes sociais – este pode ser um sinal de que a criança está sofrendo bullying na internet também, ou seja, cyberbullying;
- Hematomas – o aluno vai tentar esconder normalmente utilizando roupas longas, como blusas de frio mesmo que esteja calor.
Esses sinais podem indicar não só bullying, mas também outros tipos de abusos, como violência doméstica, negligência ou até abuso sexual.
Por isso, é importante que os professores e a orientadora educacional estejam alertas a esses sinais.
Consequências do Bullying e do Cyberbullying nas escolas
O Bullying e o Cyberbullying nas escolas podem gerar diversas consequências negativas na vida das vítimas, como:
- Diminuição da autoestima;
- Dificuldades de relacionamento;
- Falta de confiança nos outros;
- Isolamento social;
- Síndrome do pânico;
- Depressão;
- Ansiedade;
- Diminuição das notas;
- Evasão escolar.
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A vítima pode ter vários ou apenas algumas dessas consequências, para prevenir isso é importante o acompanhamento psicológico, isso tanto com o profissional da escola quanto com um designado pelos responsáveis.
Causas do Bullying e do Cyberbullying nas escolas
As causas do bullying e do cyberbullying nas escolas são diversas, não sendo apenas desigualdades sociais como era costume pensar antes. Por isso, vamos analisar algumas delas em seguida:
Desigualdade social
Por conta da desigualdade, muitas famílias são carentes de recursos, o que faz com que as crianças cresçam com falta de comida e material escolar, por exemplo.
Por isso, quando uma dessas crianças vê uma outra que tem um pouco mais de bens na escola, é possível que ela faça bullying para se sentir superior e para ter um pouco dos recursos da outra.
Entretanto, essa não é uma das principais causas, já que o bullying acontece em escolas particulares também.
Falta de estrutura ou apoio familiar
Famílias não estruturadas geram crianças com diversos problemas emocionais. Logo, esses jovens, quando vão à escola, podem descontar suas frustrações nos colegas de turma.
Essa falta de apoio pode ocorrer de várias formas, como não passar tempo com os filhos, não estipular limites e horários, não dar assistência ou, até mesmo, deixar as crianças “jogadas”.
Quando não há um responsável claro pela criança, ela também pode se rebelar na escola, assim, praticando bullying com as demais.
Violência familiar
Outra causa do bullying e do cyberbullying nas escolas é a violência na própria casa.
Isso porque, se a criança cresce em um ambiente violento, querendo ou não ela vai reproduzir esse comportamento quando está fora de casa.
Por isso, é interessante investigar quem pratica bullying, pois a culpa pode estar, muitas vezes, na própria família.
Baixa autoestima
A baixa autoestima também é uma das causas do bullying no ambiente escolar, uma vez que a pessoa tenta diminuir os outros para se sentir superior.
Dessa forma, a criança desenvolver um comportamento violento com os outros acaba sendo um “mecanismo de defesa” que a faz se sentir melhor que os outros de alguma forma.
Transtornos psicológicos
Vários transtornos psicológicos podem fazer com que a pessoa cometa bullying ou cyberbullying com as demais, como transtorno de personalidade narcisista, psicopatia, sociopatia etc.
Entretanto, o diagnóstico e tratamento desses casos deve ser sempre feito por um profissional da área.
O que fazer quando alguém sofre bullying?
Quando algum funcionário percebe que há uma criança sofrendo bullying ou cyberbullying na escola, ele precisa tomar medidas imediatamente.
Se é um professor, precisa avisar a orientação escolar, a direção e a coordenadora pedagógica para que algo seja feito, como uma conversa com o agressor e com a vítima e até mesmo a expulsão do aluno que agride.
O segundo passo é avisar aos pais para que eles procurem assistência psicológica para a vítima.
Entretanto, muitas vezes, as escolas ficam com receio de expulsar o abusador, já que é uma receita a menos, e sentem medo de avisar os pais que o filho está sofrendo bullying, uma vez que os responsáveis podem decidir por mudar o filho de escola.
Essa motivação não pode impedir a direção escolar de tomar essas decisões, porque as consequências para a vida da vítima são grandes.
Além disso, manter um aluno que pratica bullying é complicado porque ele provavelmente não tem só uma vítima, é possível que, se feita uma investigação, vários outros casos sejam descobertos.
No fim, não resolver o problema só trará mais dificuldades para a escola, pois, quando os outros pais souberem que nada é feito quanto a esses casos, vão querer mudar os filhos de escola.
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Estratégias para evitar o bullying e o cyberbullying na escola
Existem algumas formas de evitar o bullying nas escolas, vamos apresentar algumas delas em seguida.
Psicólogo na escola
Ter um profissional da psicologia é uma excelente forma de combater o bullying e o cyberbullying na escola, isso porque o problema será resolvido na raiz, ou seja, logo na mente das crianças.
O psicólogo escolar auxilia as crianças a lidarem com seus traumas e frustrações, permitindo que ela consiga gerenciar seus próprios conflitos sem descontar nos outros.
Dessa forma, o potencial bullying é tratado antes de qualquer ação violenta, o que reduz o bullying e o cyberbullying nas escolas.
Além disso, o psicólogo também pode ajudar as crianças a desenvolver habilidades sociais e emocionais, como empatia, respeito e comunicação eficaz.
O psicólogo na escola também pode ajudar a identificar crianças que estão sofrendo bullying e fornecer aconselhamento individual e em grupo.
Com isso, eles ajudam a criar um ambiente seguro e acolhedor para todas as crianças na escola, promovendo a tolerância e a diversidade.
Palestras sobre bullying e cyberbullying
Fazer campanhas e palestras recorrentes sobre bullying e cyberbullying nas escolas é também uma forma de combater essas violências.
Tais palestras podem ser ministradas por psicólogos ou profissionais convidados, de forma dinâmica e divertida que envolvam todas as crianças.
Também é interessante pedir que pessoas que passaram por isso contem o quanto foram prejudicadas pela prática.
É possível fazer debates ou fazer algo como um podcast para dinamizar estes momentos.
Vigilância constante
Para combater o bullying e o cyberbullying nas escolas, é preciso também fiscalizar.
Por isso, os monitores devem estar sempre atentos e todos os funcionários devem prestar atenção aos sinais e impedir qualquer ato de discriminação.
Se todos cooperarem e alertarem a coordenação sobre o que presenciarem, o ambiente escolar será muito mais harmônico.
Treinamento docente
Os professores são os profissionais da educação que mais passam tempo com os alunos, portanto, precisam ser treinados para lidar e perceber essa violência nas escolas.
É preciso fazer uma formação continuada com os docentes focada nessas questões emocionais, para que eles percebam os sinais.
Além disso, com o treinamento adequado, os professores podem:
- Evitar eles mesmos darem motivos para que algum aluno seja discriminado;
- Promover a igualdade entre os alunos;
- Perceber sinais de abuso;
- Identificar vítimas de bullying;
- Entender como lidar com os que praticam bullying;
- Conseguir amenizar o bullying em sala de aula.
Logo, é extremamente crucial treinar os professores para que eles consigam lidar com isso.
Fiscalização de grupos de whatsapp
Os grupos de whatsapp são populares entre os estudantes. Eles fazem grupos da turma, entre “panelinhas” e até de todas as turmas de uma mesma série.
É importante que eles sejam amigos e tenham contato fora da escola, o problema é que, nesses grupos, acontecem coisas que machucam uns aos outros.
Nos grupos, os alunos podem marcar de isolar alguém ou de prejudicar a pessoa de alguma forma.
Há também o compartilhamento de fotos, imagens e figurinhas que prejudiquem a imagem de alguém.
Isso sem falar em outras coisas complicadas que são, muitas vezes, compartilhadas nestes grupos, como pornografia, por exemplo.
Entretanto, a fiscalização disso é algo bem complicado, já que a direção não tem como ter acesso a esses grupos, uma vez que os dados são criptografados.
Por isso, é preciso montar uma estratégia para que seja possível monitorar estes alunos, mesmo que de forma superficial.
A primeira delas é pedir auxílio aos pais. Nas reuniões, avisar aos responsáveis que existem esses grupos e que eles precisam ficar de olho nos celulares dos filhos.
Outra estratégia é utilizar os próprios alunos, no caso, os filhos de professores e coordenadores normalmente, para trazer essas informações para a direção.
Além disso, estudantes mais rígidos com disciplina e os representantes de turma também podem atuar ativamente nesse papel.
Assim, em todas as situações de bullying e cyberbullying que ocorrerem nos grupos, a direção será avisada.
Conclusão
Portanto, o Bullying e o cyberbullying nas escolas é um problema de várias causas. Por isso, a prevenção e o monitoramento são essenciais.
Uma ficha de acompanhamento escolar pode auxiliar os professores a relatarem coisas suspeitas acerca do comportamento dos alunos.
Para ajudar nisso, baixe gratuitamente nossa ficha de acompanhamento pedagógico!