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Imagine o seguinte cenário: os estudantes chegam à aula, e o professor dá uma mini palestra, explicando a videoaula que os alunos viram no dia anterior. Então ele tira as dúvidas iniciais e a turma começa a trabalhar na tarefa que foi postada em um ambiente virtual. 

O professor nota que dois alunos já haviam começado o trabalho e estão tentando resolver o problema juntos. 

Outro aluno levanta a mão para tirar uma dúvida sobre um conceito.

Um estudante no fundo da sala gostaria que o professor olhasse o seu trabalho, pois não sabe se fez a tarefa da melhor forma. 

O professor se desloca pela sala, respondendo às perguntas para garantir que todos os alunos entendam a lição. Isso é um exemplo de como funciona o ensino híbrido.

O que é ensino híbrido?

Ensino híbrido, ou blended learning, é uma estratégia pedagógica que mescla momentos de aprendizagem presenciais (off-line) e digitais (on-line).

Ele surge como uma alternativa ao modelo tradicional de ensino ao unir a tecnologia à educação. O aluno aprende em casa, através de Tecnologias Digitais, bem como na sala de aula.

Este modelo mescla aulas síncronas e assíncronas, ou seja, aulas que ocorrem de forma simultânea ou uma gravação ou recurso que pode ser visto posteriormente pelo aluno.

Com o modelo híbrido o estudante ganha muito mais autonomia no processo de ensino aprendizagem, tornando-se o protagonista da jornada escolar.

O objetivo do ensino híbrido é unir o melhor dos modelos de ensino, criando, assim, uma aprendizagem mais dinâmica e eficaz, além de ser facilmente assimilada pela geração atual.

Por isso, é interessante inserir o ensino híbrido no projeto político pedagógico de sua escola.

Como surgiu o ensino híbrido?

Segundo a especialista Lilian Bacich, doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento humano e consultora do Instituto Península, o ensino híbrido é um conceito que surgiu nos Estados Unidos e foi desenvolvido pelo Instituto Clayton Christensen. 

Os Estados Unidos foram os pioneiros no uso do ensino online, mesclado com encontros presenciais, como “espinha dorsal” do processo de ensino e aprendizagem na educação básica.

Observando o que era feito no exterior, o Instituto Península e a Fundação Lemman começaram a estudar as tecnologias educacionais, buscando compreender como essas tecnologias poderiam integrar o ensino básico brasileiro.

Através de experimentações, adaptações na cultura educacional e revisão de metodologias, desenvolveram o ensino híbrido no Brasil.

Pandemia e ensino Híbrido

Certamente a pandemia do novo coronavírus foi muito importante para a popularização do ensino híbrido. Isso porque, com a necessidade do isolamento social, as instituições de ensino tiveram que se adaptar rapidamente ao ensino remoto através das aulas remotas.

Diversas instituições, para que não houvesse interrupção das aulas, buscaram uma forma de continuar as aulas sem colocar os alunos e professores em risco. Por isso, o ensino híbrido ganhou grande popularidade neste período.

>> Confira também: 10 passos para você implementar o Ensino Híbrido na sua escola​

Quais as vantagens do Ensino Híbrido?

O ensino híbrido, quando aplicado de maneira efetiva, potencializa o ensino. Isso pois ele une o que há de melhor na educação online e na presencial através das aulas híbridas

São algumas vantagens do ensino híbrido:

  • O estudante tem mais controle sobre o processo de aprendizagem e, consequentemente, mais autonomia.
  • Flexibilidade de ambientes e de horários para estudar e, assim, se torna responsável e protagonista de seu processo de aprendizagem.
  • O papel do professor se torna de mediador da aprendizagem, não mais de uma figura detentora de todo conhecimento.
  • O docente consegue dedicar mais tempo atendendo às dificuldades de seus alunos, tendo assim um papel mais estratégico. Tem mais tempo para refletir sobre suas práticas e aprimorá-las.
  • Aumenta a cooperação entre educadores e estudantes melhorando a experiência de ensino e aprendizagem.
  •  Dados e informações sobre os alunos são gerados mais facilmente e analisados com auxílio das tecnologias, proporcionando a personalização do ensino, pois tornam mais evidente a jornada do estudante e suas dificuldades individuais.
  • Redução de custos para as instituições de ensino e redução das mensalidades. Isso pois, com menos aulas presenciais, os gastos com infraestrutura se tornam menores.

Claro que existem também desvantagens na aplicação do ensino híbrido, mas as vantagens as superam, fazendo dele uma excelente forma de melhorar o ensino. Isso pois a educação à distância pode ser extremamente vantajosa.

Por isso, veja como aplicar o ensino híbrido na prática a seguir.

Os três pilares do ensino híbrido

Visto que o ensino híbrido tem como um de seus principais focos a personalização, este modelo pode ser aplicado de diversas formas e considera múltiplas estratégias de ensino.

Cada instituição pode aplicar a metodologia híbrida de acordo com seu contexto e com as necessidades específicas de seus alunos.

Como montar um programa de ensino híbrido consistente? O que não pode faltar no plano de aulas híbridas? 

Três pilares são utilizados para garantir a efetividade do ensino híbrido. São eles: engajar estudantes, aprimorar lições e melhoria contínua.

Tais ideais servem como base para criar consistência nas estratégias, além de proporcionar flexibilidade para adaptar táticas de acordo com as necessidades das escolas e dos seus alunos.

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1. Engajar estudantes 

O engajamento dos estudantes é um dos principais objetivos do ensino híbrido. Ele representa o nível de interações que os estudantes têm com os professores, com o currículo e entre si.

Para garantir o engajamento dos estudantes, as escolas e educadores devem focar em estratégias que incentivem a aprendizagem ativa, a comunicação e a colaboração. Devem, também, prezar por autonomia no processo de aprendizagem. 

São algumas formas de engajar os estudantes neste modelo:

  • Permitir que eles escolham a forma e talvez o horário que desejem estudar;
  • Pedir opiniões para o direcionamento das aulas;
  • Utilizar a gamificação;

É importante lembrar que a participação, no geral, é uma excelente forma de engajar! Afinal, neste modelo, o aluno não possui um papel passivo.

2. Aprimorar lições

É importante que professores escolham as melhores metodologias, tecnologias educacionais e práticas pedagógicas para ensinar os alunos da forma com que estes gostam de aprender. 

Para isso, devem buscar continuamente o aprimoramento e atualização dos conteúdos, lições e atividades passadas aos alunos.  

Uma forma de fazer isso é através do método SAMR, o qual permite a melhoria através da tecnologia por meio de um processo adaptativo.

Neste aspecto, torna-se muito importante que a escola invista em formação continuada para os professores sempre. Muitas vezes os docentes não inovam por não terem conhecimento sobre novas práticas e tecnologias.

Garantir que o que foi transmitido aos estudantes seja realmente aprendido também é fundamental. Assim, implementar ferramentas digitais que otimizem a aprendizagem em casa, como tutoria digital, também é importante para obter um ensino híbrido de qualidade.

Além disso, normalmente por meio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem, deve-se estar atento ao desempenho dos estudantes, engajamento e dificuldades, pois nem sempre é possível anotar tudo em uma aula remota.

Como nos AVAs é possível ter tudo registrado, fica fácil perceber os erros para corrigir e, assim, aprimorar sempre as lições dos estudantes.

3. Melhoria contínua

Como dito anteriormente, o ensino híbrido deve fornecer técnicas e ferramentas com objetivo de tornar a educação mais efetiva.

Para conhecer as melhores técnicas e ferramentas e o que tem funcionado dentro do ambiente em que está inserido, é importante que:

  • Educadores e gestão estejam sempre em diálogo;
  • O projeto político pedagógico da escola precisa estar alinhado com os pais e responsáveis;
  • Ter acesso a dados e a relatórios com as informações e desempenho dos alunos;
  • Experimentar metodologias novas, plataformas diferentes, atividades distintas e fazer testes para ver se funcionam bem em sua instituição;

A melhoria contínua é bem sucedida através de tentativa e erro até chegar em um consenso de sucesso, com apoio de uma rede colaborativa de profissionais e adjuntos.

>> Descubra mais: 10 passos para você implementar o Ensino Híbrido na sua escola​

Como aplicar o ensino híbrido sem perder a qualidade

Para aplicar o ensino híbrido em sua escola de forma que não perca para o ensino tradicional e presencial, é preciso, além de seguir os princípios apresentados acima, ter uma mudança de mentalidade.

Escolher o ensino híbrido não deve ser uma atitude motivada por economia, por redução de aulas ou por problemas de infraestrutura. Essa mudança deve ser realizada com o propósito correto: o de melhorar a educação dos alunos.

Por isso, se a decisão de implementar essa modalidade for para “tapar buraco”, de fato, será complicado manter a mesma qualidade.

A aplicação do ensino híbrido deve ser feita com calma, cuidado e muito planejamento, pois, para ser efetivo, deve ser muito bem pensado e adaptado a sua instituição.

Com isso em mente, deve-se analisar as condições de sua escola, dos seus alunos, da estrutura para isso e, dentre os vários sistemas de ensino híbrido, escolher o que mais se adequa a sua realidade. Para isso, veremos os modelos em seguida.

Modelos de ensino híbrido

Existem alguns modelos de ensino híbrido que estão sendo usados. Listamos estes modelos aqui para que você possa escolher a melhor forma de implementar o ensino híbrido na sua escola.

Mas, inicialmente, é preciso entender a diferença entre os dois tipos de aplicação do ensino híbrido: o de inovação sustentada e o disruptivo.

Diferenças dos modelos de inovação sustentada e disruptiva

Os termos de inovação sustentada e disruptiva vêm de estratégias de mercado, em que, na inovação sustentada, novas ideias são trabalhadas com os clientes que já se possui e com o que já se conhece. Por outro lado, a disruptiva não vai utilizar essa base, ela define novas preferências e busca alcançar novos clientes.

Ou seja, a sustentada usa a estrutura e conhecimentos já consolidados, enquanto a disruptiva cria algo novo e independente do modelo anterior.

Aplicando esta ideia à educação e ao modelo híbrido, o sustentado continuará fazendo uso das salas de aula normais, de atividades mais tradicionais e, de certa forma, do sistema tradicional de ensino.

Já o sistema disruptivo não utiliza a infraestrutura padrão da sala de aula e nem se apoia no modelo tradicional de ensino, por isso o nome indica que há um “rompimento”.

Importante colocar que não existe um modelo melhor que o outro, tudo depende das necessidades da instituição de ensino, da realidade dos alunos, da faixa etária dos estudantes e dos objetivos da escola.

Há modelos de ensino híbrido online e presenciais.
Online existe o modelo flex, à la carte e o virtual enriquecido.
No presencial existem os modelos de rotação: individual, de laboratório, por estações e sala de aula invertida.

Entenda melhor cada um deles em seguida! 

1. Modelo de inovação sustentada

Os modelos mais fáceis de serem implementados são os chamados de modelos híbridos de inovação sustentada. São chamados assim, pois unem as principais características de uma sala de aula tradicional e do ensino online.

Em suma, ao utilizá-los, é possível sustentar boa parte do modelo anterior, por isso a implementação deles é mais fácil e possível mesmo em escolas mais tradicionais e com pouca tecnologia.

Algumas metodologias dentro deste modelo são: rotação por estações, rotação por laboratório, rotação individual e sala de aula invertida.

1.1 Rotação por estações

Na rotação por estações, os estudantes experimentam o modelo de rotação dentro dos limites de uma sala de aula. Cada aula acontece em uma estação de trabalho diferente, sendo que cada uma destas estações deve utilizar métodos distintos de aprendizagem.

Em grupos menores, o ensino-aprendizagem se torna mais efetivo. Além disso, não é cansativo para os alunos.

Como aplicar a rotação por estações

É possível dividir as turmas em quantas estações desejar, é claro, respeitando o tempo disponível na aula.

Também é importante ter um tempo adequado em cada estação, 15 minutos seria o ideal, mas, é claro, você pode adaptar às suas necessidades.

As estações precisam estar conectadas, mas devem ter começo, meio e fim. Ou seja, nenhuma estação pode ser pré-requisito da outra, caso contrário, a rotação por estações não dará certo.

Ao menos uma das estações deve ter algo envolvendo tecnologia, como uma estação de tutoria, um questionário online ou um quiz.

Essa metodologia também pode ser efetivada no modelo on-line com divisões em grupos em aplicativos como o zoom, por exemplo.

Desenho mostrando a dinâmica da rotação por estações, em que os alunos vão trocando de uma estação a outra enquanto o professor supervisiona.

Com diferentes metodologias e grupos de alunos reduzidos, o aprendizado é mais efetivo.

Exemplo de aula de rotação por estações

Matéria: Redação

Objetivo da aula: que os alunos entendam o que é a estratégia argumentativa da analogia e como utilizá-la

Estação 1: os alunos vão ler redações nota 1000 que utilizam essa estratégia e fazer anotações. Deve haver espaço para que eles anotem tudo que acharem relevante.

Estação 2: nesta estação, os estudantes terão que usar a criatividade. O professor vai apresentar cards de diversas séries e filmes (preferencialmente que eles gostem e conheçam) e eles devem pensar em como usariam em uma redação.

Estação 3: os alunos vão fazer um quiz elaborado pelo professor com questões sobre o uso da analogia.  Esse quiz pode ser feito em alguma plataforma como o Quizziz.

Estação 4: aqui os alunos colocam a mão na massa e escrevem um parágrafo utilizando a analogia. Para isso, eles utilizam uma plataforma, como o TutorMundi, em que podem contatar um tutor para ajudá-los na elaboração do parágrafo. 

Conheça essas e outras metodologias ativas baixando gratuitamente nosso guia de metodologias ativas! É só preencher abaixo! 😉

1.2 Rotação de laboratório ou laboratório rotacional

A rotação de laboratório trata-se de uma rotação na qual os alunos podem estar em estações de aprendizagem dentro da sala de aula ou em um laboratório de informática, possibilitando a retenção de conteúdos com a utilização de plataformas online.

Portanto, o sistema é bem parecido com a rotação por estações tradicional, a diferença é que é online.

O benefício é que não é necessário haver uma disposição diferente da sala de aula, também os alunos não vão precisar se deslocar de um lugar ao outro, já que seria apenas trocar de sala ou de atividade no programa que estiver sendo utilizado.

Esta atividade deve ser feita de forma síncrona.

Como aplicar a rotação de laboratório

É possível aplicar a rotação de laboratório de 3 formas:

  • No laboratório de informática: neste caso, todos os alunos são levados para o laboratório e as atividades são todas realizadas lá por meio dos computadores.
  • Em sala de aula: para isso ser possível é necessário que os alunos tenham algum dispositivo que os permita estarem conectados, como tablets, chromebooks ou notebooks.
    Nesta situação, não é necessário mudar de sala ou que a escola tenha um laboratório de informática, por isso é algo vantajoso.
    No entanto, é preciso ter uma boa conexão de internet e bons roteadores para que todos os alunos consigam acessar simultaneamente.
  • De modo online: aqui os estudantes todos acessam de suas casas, de forma totalmente remota, e realizam suas atividades virtualmente com a orientação do professor através de programas de reunião online como zoom, google ou meet ou microsoft teams. 

É importante ressaltar que não é apenas deixar os alunos em um programa, pois é preciso que eles estejam divididos em grupos, que existam mudanças de atividades e que elas sejam autônomas. 

Baixe agora >>>> Guia de implementação do ensino híbrido

No laboratório de aprendizagem os alunos têm acesso ao aprendizado online através de tutores.

Os laboratórios podem estar equipados com diversos programas para o aprendizado, mas é importante ter um plano para a implementação de tecnologia educacional.

São possíveis programas para utilizar a rotação de laboratório:

  • Zoom;
  • Microsoft Teams;
  • Google meet;
  • Discord;
  • Quizziz (embora necessite de outra também para a comunicação);
  • Socrative;
  • Youtube;
  • Kahoot.

1.3 Sala de aula invertida

Na sala de aula invertida, o estudante tem a oportunidade de aprender previamente um conteúdo em um ambiente online, fora da sala de aula de forma assíncrona.

No modelo tradicional de ensino, o docente, em uma aula expositiva, apresenta e comenta sobre a matéria no quadro. Em seguida, é enviada uma lição para casa a qual os alunos fazem sozinhos.

A sala de aula invertida é uma inversão da lógica do modelo. Os estudantes entendem os conceitos antes da aula.

Depois, a sala de aula se torna o momento em que eles colocam em prática os conhecimentos estudados em casa. 

O objetivo da sala de aula invertida é aprimorar o aprendizado dos alunos concentrando o tempo das aulas na compreensão e fixação dos alunos.

Como aplicar a sala de aula invertida

Para realizar a sala de aula invertida em sua escola, é possível passar algumas atividades que podem ser feitas em casa para que o aluno se prepare para a aula:

  • Leitura de um livro;
  • Seguir um roteiro de estudos;
  • Assistir a uma videoaula;
  • Fazer uma pesquisa;
  • Buscar aprofundamento com um tutor online.

Então, em sala de aula, é o momento em que eles:

  • Podem tirar dúvidas;
  • Respondem a questionários;
  • Discutem em grupos;
  • Jogam algum jogo educativo;
  • Realizam uma experiência.

Durante a sala de aula síncrona, então, ele terá mais tempo para exercitar o conteúdo previamente estudado e o professor servirá como um guia para ajudar no entendimento e esclarecimento de dúvidas.

1.4 Rotação Individual

Nesse modelo de rotação, os estudantes têm cronogramas de aprendizagem individuais. 

Estes cronogramas funcionam como uma lista de atividades propostas a cada aluno, de maneira personalizada, sobre os temas a serem estudados. 

O cronograma é estabelecido pelo professor para que cada aluno passe pelas estações mais importantes para suprir suas necessidades e dificuldades.

Portanto, ainda existem estações de aprendizagem e grupos de alunos nelas, mas a rotação não é com o grupo inteiro, e sim com alunos individuais. Neste caso, as estações não precisam estar totalmente relacionadas, além de poder haver algumas que sejam pré-requisitos para outras.

Aqui o aluno não precisa passar em todas as estações, apenas naquelas que houver necessidade de acordo com o plano de estudos montado pelo professor. Dessa forma, o ensino se torna, de fato, bem personalizado.

Essa metodologia pode ser muito interessante para reduzir desníveis pedagógicos na turma, já que cada um trabalha de acordo com suas necessidades.

No modelo de rotação individual os alunos individualmente vão mudando de grupo, indo da instrução direta para o laboratório central ou para a instrução particular. Também poder ir assistir um seminário, fazer um trabalho em grupo ou participar de uma intervenção pedagógica.

Este modelo é um dos modelos mais difíceis de serem implementados e necessita de um suporte tecnológico para identificar perfis de aprendizagem individuais.

Essas dinâmicas são também conhecidas como atividades no ensino híbrido e podem ser somadas a atividades de ainda mais fácil aplicação como: debate virtual, dublagem criativa e webquest.

Como escolher entre os modelos híbridos de inovação sustentada?

A tabela a seguir serve como um guia. Nela estão questões essenciais para descobrir qual o modelo de ensino híbrido de inovação sustentada encaixa melhor na sua escola.

QuestãoRotação por estação Rotação em laboratórioSala de aula invertidaRotação individual
Quais problemas você está tentando resolver?Problema central envolvendo alunos regularesProblema central envolvendo alunos regularesProblema central envolvendo alunos regularesProblemas de oferta não atendida
O que você deseja que os alunos controlem?Seu ritmo e caminho durante a parte online do cursoSeu ritmo e caminho durante a parte online do cursoSeu ritmo e caminho durante a parte online do cursoSeu ritmo e caminho durante a parte online do curso
Qual você deseja que seja o papel principal do professor?Oferecendo instruções face a faceOferecendo instruções face a faceFornecer tutoria, orientação e enriquecimento face a face para suplementar aulas onlineFornecer tutoria, orientação e enriquecimento face a face para suplementar aulas online
Que espaço físico você pode usar?Salas de aula existentesSalas de aula existentes mais um laboratório de informáticaSalas de aula existentesUm grande espaço de aprendizagem aberto
Quantos dispositivos habilitados para internet estão disponíveis?O suficiente para alguns alunosO suficiente para alguns alunosO suficiente para todos os alunos usarem em sala de aula e em casa O suficiente para todos os alunos durante todo o período de aula

2. Modelos de inovação disruptiva

Uma outra forma de implementar o ensino híbrido é através dos modelos híbridos de inovação disruptiva.

Esses modelos tem este nome justamente por romper com o conceito de sala de aula tradicional. Eles não dependem de um programa tradicional para funcionar e surgem por demanda não atendidas de disciplinas.

São programas mais robustos e que mudam a forma de como pensamos em inovação da educação. Muitos deles são utilizados com mais frequência em cursos livres ou no ensino superior.

2.1 Modelo Flex

No modelo Flex, a flexibilidade é o destaque. Algumas instituições de ensino chamam de modelo Flex a mesclagem entre aulas presenciais e online, mas não é isso o que define este modelo.

Existe um modo em que a aprendizagem online é a principal forma de estudo, com eventuais tarefas offline. O cronograma de aulas é altamente personalizado e fluido.

Neste primeiro caso, deve haver um Ambiente Virtual de Aprendizagem bem elaborado e que permita ao aluno navegar entre diferentes atividades, como: assistir a uma aula ao vivo, seminários, atividades em grupo, aprendizagem baseada em resolução de problemas. Tudo isso deve ser guiado por um bom roteiro de estudos.

Se o modelo flex for aplicado de forma mais presencial, a instituição precisa ter toda uma infraestrutura, como: laboratórios de informática, salas de atendimento, rodas de seminários, laboratórios, salas de estudo e tutores disponíveis.

O mesmo princípio deve ser mantido, o aluno deve ter flexibilidade para realizar as atividades de forma personalizada. 

Veja o material completo >>> Guia de implementação do ensino híbrido

Além disso, por meio de atividades como instrução em pequenos grupos, projetos em grupo e aulas individuais, há um foco na autonomia do estudante.

O modelo Flex é bastante flexível e algumas implementações envolvem mais suporte presencial diário enquanto outros modelos tendem a ser mais digitais, oferecendo apoio para enriquecimento do aprendizado.

Modelo flexível de ensino híbrido em que existem diversas salas de apoio, um espaço colaborativo, laboratório de ciências, tutor online e uma área social.

Este é um modelo mais comum no ensino superior, já que os estudantes possuem mais maturidade e responsabilidade para gerenciarem os próprios estudos. 

2.2 Modelo à La Carte

O modelo à La Carte oferece disciplinas inteiramente on-line e complementares para apoiar outras experiências de aprendizagem.

Esse modelo conta com um professor disponível via online, e a disciplina em questão pode ser cursada no campus da escola ou na casa do aluno.

Como funciona o modelo à la carte de ensino híbrido, há a escola e uma sala tecnológica, mas o aluno também consegue estudar de casa com um professor online e pode escolher facilmente o que ele deseja estudar e onde.

É importante estabelecer a diferença do modelo à La Carte para o ensino à distância. No modelo à La Carte, apenas as disciplinas eletivas ou complementares são oferecidas no formato online, mantendo as disciplinas básicas no modo presencial. 

2.3 Modelo virtual enriquecido

No Modelo virtual enriquecido, os alunos têm sessões presenciais obrigatórias de aprendizado com o professor, ficando, posteriormente, livres para concluir o aprendizado remotamente. 

Por isso, não existem atividades presenciais todos os dias, e grande parte dos estudos é feita on-line, com a ajuda de tutores virtuais para tirar dúvidas.

Na instituição, os encontros presenciais são organizados de acordo com as necessidades dos estudantes e existe um foco na orientação individual.

Como escolher entre os modelos híbridos de inovação disruptiva?

Construímos uma tabela para escolher entre os modelos de inovação disruptiva. São perguntas para descobrir qual o modelo de ensino híbrido de inovação disruptiva vai beneficiar o contexto da sua escola.

QuestãoFlexA La Carte Virtual enriquecido
Quais problemas você está tentando resolver?Problemas de oferta não atendida.Problemas de oferta não atendida.Problemas de oferta não atendida.
O que você deseja que os alunos controlem?Seu ritmo e caminho durante a parte online do cursoSeu ritmo e caminho ao longo de quase todo o curso, com a flexibilidade de pular aulas presenciais às vezesSeu ritmo e caminho ao longo de quase todo o curso, com a flexibilidade de pular aulas presenciais às vezes
Qual você deseja que seja o papel principal do professor?Fornecer tutoria, orientação e enriquecimento face a face para suplementar aulas onlineServindo como o professor onlineFornecer tutoria, orientação e enriquecimento face a face para suplementar aulas online
Que espaço físico você pode usar?Um grande espaço de aprendizagem abertoQualquer configuração supervisionada e seguraUm grande espaço de aprendizagem aberto
Quantos dispositivos habilitados para internet estão disponíveis?O suficiente para todos os alunos durante todo o período de aulaO suficiente para todos os alunos usarem em sala de aula e em casa O suficiente para todos os alunos usarem em sala de aula e em casa

M-learning e o ensino híbrido

M-learning é a modalidade de ensino que busca tornar tudo facilmente acessível e de fácil visualização pelo celular, ou seja, pelo aparelho mobile.

Essa estratégia não é a mesma coisa que ensino híbrido, mas este pode aplicá-la facilmente, já que mais de 80% dos usuários das redes no Brasil acessam por meio de celulares.

Nesta modalidade, a experiência do usuário é otimizada para celular, a fim de que os alunos consigam estudar facilmente de qualquer lugar que tenha acesso à internet.

Portanto, aplicar o M-learning no ensino híbrido pode ser uma excelente estratégia, especialmente em escolas com alunos de baixa renda, porque o celular é muito mais acessível que um computador.

Educação à distância no ensino médio

No Ensino Médio, os alunos já estão mais maduros e conseguem gerenciar melhor as suas rotinas sem muita supervisão de um responsável. Logo, aplica o ensino à distância para os alunos dessa idade é uma boa ideia.

Permitir que os alunos usem a educação à distância no Ensino médio é também uma forma de torná-los mais aptos ao mercado de trabalho, uma vez que este exige conhecimento digital e tem disponibilizado cada vez mais vagas remotas.

Portanto, aplicar estas estratégias de ensino híbrido com os alunos de ensino médio é uma excelente forma de prepará-los para o futuro.

Escolas com ensino à distância

Existem diversas escolas com ensino à distância no Brasil, mas vamos aqui citar algumas delas que tiveram excelentes notas no Enem 2019, como:

Colégio Bernoulli

Colégio Fibonacci

Farias Brito Colégio de Aplicação

Acesse este artigo completo para ver mais!

Desafios do ensino híbrido

Pensando nessa nova forma de ensino, o ensino híbrido, quais foram os principais desafios do ensino remoto na educação básica e que seguem sendo problemas no ensino híbrido? Podemos listar alguns dos principais:

Falta de infraestrutura

A educação online requer o acesso à internet para que crianças e adolescentes possam participar das aulas e ter acesso a outras páginas que oferecem conteúdo necessário para complementar o estudo.

Todavia,estima-se que 17% dos brasileiros de 9 a 17 anos, por exemplo, não têm acesso à internet.

Para resolver isso, é preciso que o Estado disponibilize esses equipamentos para os estudantes. Além disso, as escolas privadas podem disponibilizar tablets para os alunos que não têm como adquirir, como os bolsistas.

Analfabetismo Digital

Além disso, muitas pessoas ainda não conhecem os domínios mais básicos da informática e da internet. 

Justamente devido à desigualdade social, muitos jovens nunca tiveram contato com um computador. Por isso, não sabem acessar e-mails, usar programas de edição de texto ou entrar em um Ambiente Virtual de Aprendizagem, o que gera dificuldades para participar de uma aula remota.

Ter um grande número de crianças e adolescentes nas redes sociais, como no tiktok, não significa, necessariamente, inclusão digital.

Para isso, é preciso investir em letramento digital, seja através de cursos privados ou fornecidos pelo governo.

Dificuldades dos professores com as novas tecnologias

Da mesma forma, também houve dificuldades dos professores com as novas tecnologias, pois tiveram de reciclar a forma como elaboravam planos de aula, já que a dinâmica de uma aula remota é bastante diferente da aula presencial.

Aulas aplicadas com videoaulas e chats, plantões para o esclarecimento de dúvidas realizados em fóruns, gamificação…

Tudo isso exigiu maiores habilidades digitais dos educadores, os quais, muitas vezes, não têm domínio sobre essas tecnologias de informação.

Por isso, a formação continuada é muito importante para treinar esses profissionais para que consigam lidar com maestria com essa era da informação.

Incertezas quanto à avaliação no ensino remoto

As avaliações são uma parte fundamental do ensino-aprendizagem e servem para medir a efetividade da metodologia de ensino aplicada por um professor em sala de aula.

Entretanto, no ensino remoto, as avaliações não podem ser aplicadas da mesma forma. 

Isso porque os estudantes necessitam de tempo para conhecer o material, mas não devem ter tanto tempo disponível de modo que possam recorrer a meios eletrônicos, como o google, para descobrirem respostas.

Para evitar que os alunos consultem outras páginas e recursos não autorizados, é preciso um limite de tempo e o investimento em ferramentas para o bloqueio de navegador.

Sair das ideias clássicas de avaliação também é um bom negócio, pois avaliar trabalhos mais complexos, atividades em grupo e participação também são uma boa saída.

Dessa forma, ao fazer avaliações projetadas de forma mais aberta, avalia-se a capacidade crítica dos alunos e evita-se colas.

Dificuldade de acompanhamento

Estudantes, muitas vezes, não são focados. Eles veem a escola como uma obrigação e não uma necessidade ou prazer. Por isso, qualquer oportunidade que eles tenham para não estudarem será aproveitada.

A educação online pode exigir um maior nível de disciplina e empenho para o cumprimento das responsabilidades de um aluno com os seus estudos. 

Tudo isso faz com que os professores também encarem a dificuldade de descobrir se os estudantes estão de fato realizando as tarefas, já que, além da facilidade de procurar na internet, muitos pais fazem as tarefas pelos filhos.

Além disso, sem o contato presencial, sanar dúvidas é mais difícil se a escola não possuir um sistema de tutoria online ou um AVA com portal de dúvidas. Assim, ter algo do tipo é essencial para facilitar o acompanhamento.

Pouco interesse dos alunos

Como garantir que a turma, em geral, não está se distraindo com outros conteúdos da internet? Diante da gama de possibilidades, a aula tradicional se torna muito chata para os alunos.

Aluno distraído na aula remota.
pexels.com

Pode servir de ajuda a realização de pequenos intervalos de até 15 minutos para que os alunos tenham alguns momentos de descontração.Nesse intervalo, vale incentivá-los a interagirem com outros alunos ou realizar rápidos jogos e provocações sobre o conteúdo dado.

Para os educadores, então, existe o desafio de desenvolver uma aula remota com novas metodologias que possam estimular os alunos e se conectar com a realidade deles.

Isso pode ser feito através de metodologias ativas como: gamificação, ensino baseado em problemas e muito mais.

Além disso, existe o fator timidez. Em uma aula online, como podemos garantir que esses alunos não irão permanecer em dúvida? Para isso, deixamos uma dica no próximo tópico!

Veja mais >> O modelo definitivo de planejamento para suas aulas remotas

Tutoria digital para auxiliar o ensino híbrido

Tutoria é uma ferramenta didática pedagógica utilizada para acompanhar o aluno em seu processo de aprendizagem, sendo um braço direito do ensino híbrido.

É um programa em que aluno e tutor trabalham juntos, de maneira personalizada, para que o conteúdo escolar seja bem compreendido.

No TutorMundi, por exemplo, o aluno pode tirar dúvidas a qualquer momento e em qualquer lugar, inclusive nos feriados, fins de semanas e horários que a escola está fechada.  No app, os atendimentos são realizados por mensagens de texto, áudio, vídeo e imagens e tutores e alunos desenvolvem uma relação de amizade.

O tutor sempre busca ensinar o aluno da forma que ele gostaria de ser ensinado e da forma que o aluno mais compreende, de fato, personalizando o ensino.

Para os gestores e professores, são gerados relatórios que permitem verificar quais são as maiores dúvidas dos alunos em cada matéria e qual o nível de dificuldade. Interessou? Converse, sem compromisso, com um de nossos especialistas!

Conclusão

As mudanças não acontecem do dia para a noite, elas são um processo. Adotar e adaptar novas formas estratégicas de ensino e aprendizagem leva tempo e precisa de muito foco e evolução constante.

Por isto, baixe nosso guia básico do ensino híbrido! Ele tem como objetivo gerar novas ideias e possibilidades para provocar sua mentalidade construtiva e te lembrar que você não está sozinho nessa jornada.

Baixe o guia de Avaliação no Ensino Híbrido!

Que tal entender os pontos positivos e negativos do seu modelo atual?

Fontes

Metodologias ativas e modelos híbridos na educação

The Impact of Blended Learning on Student Engagement

Tecnologia, inovação e ensino de história: o ensino híbrido e suas possibilidades